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Enviada em: 26/08/2018

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que haja, no Brasil, mais de 100 mil moradores de rua. Essa situação, portanto, reflete o descaso do Estado e da população civil em relação aos marginalizados e aos oprimidos pelo sistema capitalista. Logo, a dependência química e o desemprego configuram-se como os principais motivos pelos quais uma pessoa passa a viver na rua.    Em primeiro plano, o vício é o principal fator que desabriga pessoas. A dependência de substâncias químicas e alcoólicas torna o indivíduo um míope social, capaz de não enxergar a situação catastrófica e suas possíveis consequências. De fato, a pessoa narcótica deixa de realizar suas tarefas e obrigações diárias para viver em função da dependência, vindo a fazer da rua a sua morada permanente.     Analogamente a essa dimensão social, encontram-se também aspectos econômicos. Assim, crises financeiras modificam realidades pessoais e trazem à tona novos desafios que nem sempre são superados. Com isso, o desemprego assola a vida dos cidadãos, que por não terem renda e nem como quitar suas dívidas, recorrem às ruas como habitação e vida social sem dignidade nenhuma.      Embora a Constituição Federal garanta cidadania, dignidade e proteção à exposição degradante, na prática, o Estado não arca com sua responsabilidade. Para reverter esse cenário, é necessário que prefeituras ajam intensamente aumentando impostos sobre imóveis desocupados e sem uso, para que esses prédios possam servir de moradia para pessoas em situação de rua, dando-lhes, no mínimo, dignidade enquanto seres humanos e cidadãos.