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Enviada em: 23/08/2018

“Não era um gato, não era um rato. O bicho, meu Deus, era um homem”. Assim, Manuel Bandeira, mostra em seu poema “O Bicho”, a representatividade da triste realidade de muitos moradores de rua, que convivem com a fome diariamente. Infelizmente, o capitalismo selvagem junto ao abandono estatal e o não cumprimento da Constituição, faz com que essa seja uma cena comum no país. Sendo assim, mudanças precisam ocorrer, para que essas pessoas tenham uma vida mais humana e menos animalizada.       Primeiramente, o sistema capitalista vigente atualmente gera inúmeras desigualdades, já que gira em torno do capital, ou seja, quanto mais dinheiro se tem, mais bem-sucedido se é. Nesse sentido, percebe-se que os moradores de rua do país são brutalmente excluídos socialmente, já que não possuem nenhum bem. Ademais, há uma falta de empatia com essas pessoas, a medida que ficam a margem da sociedade, passam diversas necessidades, como frio e fome, sendo comparados, até mesmo, a animais famintos. Dessa forma, percebe-se a falta de isonomia no Brasil.       Em segundo plano, de acordo com a Constituição Federal do Brasil todos tem o direito ao acesso à moradia, sendo essa uma necessidade básica do indivíduo. Contudo, não é o que ocorre, já que desde as capitanias hereditárias e, posteriormente, com a Lei de Terras ocorreu acentuada concentração de terra na mão de uma minoria. Tendo isso em vista, muitos imóveis de empresários e grandes proprietários ficam abandonados, enquanto poderiam servir de moradia para aqueles que estão em situação de rua. Dessa maneira, percebe-se a omissão do estado, que permite que parte da população viva abandonada nas ruas do país do futebol.       Portanto, nota-se que, infelizmente, os moradores de rua ficam a margem da sociedade, sendo que os direitos básicos não são supridos. Sendo assim, o Governo Federal, junto a grandes construtoras, devem se reunir com o intuito de construir novas casas e posteriormente distribuir para aqueles que vivem nas ruas. Além disso, devem revitalizar prédios abandonados, para que sirvam de moradia com preços mais baixos. Dessa forma, o direito básico estabelecido na Constituição de ter um lar será, finalmente, respeitado. Por último, o Governo Federal, junto a Secretaria Municipal de Assistência social, deve organizar mutirões beneficentes, em praças públicas, oferecendo comida aqueles que não conseguem comprá-la e, assim, eles não serão comparados com um rato e nem com um gato e terão uma vida mais humana.