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Enviada em: 22/08/2018

De acordo com uma pesquisa publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) com base em dados de 2015, o Brasil tem um pouco mais de 100 mil pessoas vivendo nas ruas. Uma vez que, triplicou o número de pessoas que vivem nessa situação nas ruas das duas maiores cidades do Brasil: São Paulo e Rio de Janeiro do ano de 2015 até 2017. Nesse contexto, é necessário identificar e desmitificar como são produzidos estes fenômenos e assegurar o direito que todo ser humano tem como prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos no seu artigo 25.   É licito referenciar o livro Capitães da Areia escrito em 1937 pelo autor baiano Jorge Amado, que faz menção a um grupo de menores abandonados e que vivem nas ruas de Salvador Bahia, e eles têm como lar uma espécie de armazém e diante das condições hostis, esse grupo sobrevive de furtos e dormindo nas ruas. Essa obra que pertence a segunda fase do modernismo, não é diferente dos dias atuais. O alcoolismo, as drogas, o desemprego e os conflitos familiares são as razões que levam a maioria das pessoas a morar na rua. É notório como a sociedade está padronizada, a negação de certos costumes e valores são fatores que contribuem para a permanência de pessoas nas ruas.  O desinteresse do Estado influencia diretamente no comportamento da sociedade, haja vista que os moradores de rua são tratados, ora com compaixão, ora com repressão, preconceito, indiferença e violência.  Outro fator imprescindível é a falta de programas assistenciais eficientes, que possam inserir moradores de rua na sociedade, como em Lisboa, que reduziu quase 50% dos moradores de rua dando-lhes casas próprias. No entanto, a própria sociedade descrimina, uma vez que prefere não ver os moradores de rua como uma realidade do Brasil. Em 2017 a policia realizou uma operação para prender traficantes que atuavam na cracolândia, no centro de São Paulo, dois dias depois, a prefeitura da cidade começou a demolir imoveis para reurbanizar a área.  Sendo assim, a maioria dessas pessoas passaram a se concentrar em outras áreas da cidade. Lembrando que o artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos humanos delineia que todo individuo tem direito a habitação e ao bem estar social, porém, esse direito não está sendo assegurado na prática.    Evidencia-se portanto, que o governo, em parceria com ONGs e empresas, pode ofertar imoveis próprios a moradores de rua, ao invés de "joga-los" em albergues. Além disso, é primordial que a Secretaria Nacional de Assistência Social ofereça a assistência social e o acompanhamento periódico. Assim moradores de rua podem ter a chance de um novo recomeço tendo o pleno acesso aos seus direitos.