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Enviada em: 23/08/2018

"Refugiados urbanos"    É indubitável que a população de rua enfrenta desafios que acarretam em prejuízos populares e individuais.Diante desse quadro, é possível observar que a negligência dos cidadãos e o modelo hipercapitalista de vida são fatores que corroboram para a problemática. Desse modo, não há dúvidas de que os moradores de rua precisam que a omissão social seja minimizada e as questões capitalistas debatidas, para que a situação seja alterada.     Para o sociólogo Zygmunt Bauman, o principal conflito da pós modernidade é o individualismo.Sob essa conjectura, é notório que as pessoas tendem a ignorar assuntos coletivos.Por esse ângulo, a ausência de visibilidade para indivíduos em situação de rua é um exemplo de que a questão social não é de interesse geral e já se tornou uma adversidade naturalizada, em que a população, tristemente, compactua com o distanciamento desses cidadãos e não é capaz de lidar com complexidades. Nesse contexto, os estigmas são potencializados pela mentalidade retrógrada e dificulta a possibilidade de abordar temáticas do corpo social.    Vale ressaltar, também, que a sociedade hipercapitalista desencadeou inúmeros e graves problemas globais, como o desemprego e a desigualdade.Sob tal ótica, no que tange os moradores de rua, a perversidade do sistema capitalista possui ligação direta, haja vista que a situação é lucrativa, pois seres humanos em momentos de vulnerabilidade, como a fome, vendem a mão de obra do seu trabalho por um preço mais barato, tornando-se até escravos.Segundo dados da revista Istoé, apenas 7% das pessoas em situação de rua têm ensino médio completo, o que demonstra a dificuldade de obter um emprego justo.  Diante dos fatos supracitados, medidas são necessárias para a alteração desse cenário desafiador.Tendo em vista a desconstrução do individualismo, cabe à sociedade civil (estudantes ativistas e professores), disseminar informações acerca da problemática, por meio das redes sociais, estimulando debates e divulgando programas como a ONG SP Invisível, a fim de humanizar e alcançar o conhecimento das pessoas. Além disso, o Ministério Público, em parceira com empresas privadas, por intermédio de projetos, deve garantir e efetivar os direitos previstos na Constituição, sobretudo a dignidade da pessoa humana e à moradia, com a finalidade de minimizar as diferenças sociais e oportunizar mudanças.