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Enviada em: 20/08/2018

Não vejo, logo não existe      A República Federativa do Brasil constitui-se como Estado democrático de direito e tem como fundamento garantir os direito sociais expressos no artigo 6º da constituição federal - direito à moradia, a assistência aos desamparados. Entretanto, os problemas relacionados aos moradores de rua impedem que esses indivíduos experimentem esse direito na prática. Com efeito, não é razoável que o processo de exclusão dessa parcela da sociedade ainda seja um problema tão comum num país que pretende alcançar a posição de Estado desenvolvido.       Deve-se pontuar, de início, que o aparato estatal brasileiro é ineficiente no que diz respeito ao crescente aumento da população de rua no país, bem como na promoção da inclusão social desse grupo. A esse respeito o sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra ''modernidade líquida'', desenvolve o conceito de ''instituição zumbi'', na qual a instituição pública tenta a toda modo manter sua forma mas perdeu seu valor social, previsto na lei. Nesse contexto, ao ser incapaz de prover a estrutura necessária aos sem teto, de fato, o governo pode ser comparado a uma instituição zumbi.        De outra parte, a persistência do preconceito da maioria da sociedade às pessoas que vivem nas ruas desestimula a reinserção desses indivíduos na sociedade. Nesse sentido, o individualismo promovido pelo filósofo Adam Smith, no século XIX, afirma as atitudes individualistas como fatos responsável de promover melhorias à sociedade. Porém, essa postura persiste na contemporaneidade e fomenta atos preconceituosos  ao impedir o reconhecimento desses cidadãos. Toda via, enquanto o preconceito existir, a sociedade brasileira será obrigada a conviver com um dos mais graves problemas da contemporaneidade: os moradores de rua.        Impede, pois, que instituições públicas se unam a fim de garantir plenamente os direitos previstos em um Estado Democrático de Direito. Para solucionar essa crise, as prefeituras devem minimizar a situação degradante dos moradores de rua, por meio da oferta de serviços básicos, e ter o auxílio de assistentes sociais, para que seja desconstruída a omissão das autoridades. Por sua vez, os indivíduos podem realizar campanhas, por intermédio das mídias sociais capazes de reunir doações, como roupas e alimentos, e distribui-las, a fim de contribuir para a humanização da população de rua. Desse modo, o Brasil poderá construir uma sociedade justa e solidária para a população negligenciada.