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Enviada em: 22/08/2018

Segundo a Teoria Demográfica Reformista, é a miséria que provoca a grande explosão populacional. De forma semelhante, o elevado número de pessoas em situação de rua no Brasil relaciona-se com a permanência e elevação das desigualdades sociais no atual cenário econômico brasileiro, bem como com o descaso do Poder Público para com essa parcela populacional, o que contribui para a sua exclusão da sociedade.        Diante disso, é indubitável que a manutenção das vulnerabilidades sociais, especialmente no hodierno quadro de crise econômica do Brasil, esteja entre as causas dessa problemática. De acordo com Karl Marx, sociólogo alemão, as crises do sistema capitalista resultam na perda de direitos e empobrecimento da classe trabalhadora. Seguindo tal premissa, a política de austeridade praticada pelo Governo Federal Brasileiro, justificada pela atual recessão econômica, possibilita a elevação das desigualdades sociais - no ano de 2017, o Governo Federal reduziu o orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social, o que provocou cortes em programas inclusivos, como o Minha Casa, Minha Vida - e, assim, para o aumento no número de pessoas em situação de rua no país e do déficit habitacional na nação.        Outrossim, a ineficácia das políticas públicas direcionadas aos moradores de rua no Brasil agrava tal quadro. Para Aristóteles, a política deve ser usada de a moda a alcançar a igualdade de a justiça no corpo social. De maneira análoga, observa-se que tal ideal não é praticado pelos órgãos políticos brasileiros, haja vista que, as ações que efetivam a Política Nacional para a População em Situação de Rua ainda não foram implantadas por boa parte dos municípios - O Brasil apresenta poucas vagas nos albergues municipais para os moradores de rua, a exemplo da cidade do Rio de Janeiro que possui quatorze mil pessoas em situação de rua e apenas duas mil vagas para esses.        Dessa forma, a existência de pessoas em situação de rua no Brasil relaciona-se a questões econômicas, políticas e sociais. Destarte, o Governo Federal, junto ao  ministério do Desenvolvimento Social, devem investir em programas inclusivos, como o Minha Casa, Minha Vida, e trabalhistas, a exemplo do Programa Operação Trabalho PopRua, por meio de planos diretos de investimento, mesmo na atual crise econômica, a fim de garantir a habitação de qualidade para a população e reduzir as desigualdades sociais. Por fim, as Secretarias de Desenvolvimento Social nos municípios devem aumentar o quadro de vagas nos abrigos para moradores de rua por meio de sua construção, garantindo a justiça social no país.