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Enviada em: 23/08/2018

Ao longo do século XX, o capitalismo consolidou-se enquanto modelo de produção hegemônico internacionalmente. No entanto, o mesmo trouxe consequências negativas ao observar os moradores de rua na atualidade. Sendo assim, a problemática social tem respaldo histórico e educacional, respectivamente, ao analisar a concentração fundiária e o grau de escolaridade das pessoas, determinante para a existência de moradores de rua no Brasil.   Nesse contexto, é necessário ressaltar que a questão dos moradores de rua intensificou-se no Brasil com a Lei de Terras de 1850, ao instituir que os terrenos, a partir de então, seriam adquiridos por meio da compra. Desse modo, é possível observar o caráter segregacionista do período imperial brasileiro, pois hierarquizou ainda mais a sociedade e aumentou o número de moradores de rua, uma vez que poucas eram as pessoas com condições financeiras de obter a terra. Infelizmente, tal hierarquia transpassou os anos seguintes e constata-se, atualmente, ao analisar o bairro Morumbi, no estado de São Paulo, pois existem condomínio luxuosos e fechados, contrastando com comunidades carentes, lotadas de moradores de rua em condições precárias, pela falta de habitação. Logo, a principal consequência é a separação socioespacial entre as classes.   Além disso, a formação acadêmica dos cidadãos é determinante para a maneira como os mesmos enxergam a realidade. No entanto, a maioria dos moradores de rua não possui um grau de escolaridade notório, assim, grande parte é desprovida de uma visão de mundo mais ampla. Destarte, mudar a condição na qual encontram-se é, de certo, difícil. Por analogia, Aluísio Azevedo, em ''O Cortiço'', ressalta a função do determinismo no comportamento das pessoas, as quais teriam um destino condicionado pelo meio em que vivem. Pensando por essa perspectiva, a condição dos moradores de rua se enquadra na ficção do autor. Indubitavelmente, é indispensável romper com esse ciclo.   Fica claro, portanto, que a problemática existe e precisa ser solucionada. Por meio da ação do Estado, é viável tomar medidas para diminuir a concentração fundiária. A priori, é possível aplicar corretamente os impostos arrecadados e construir moradias para os habitantes de rua em bairros luxuosos, visando a menor segregação socioespacial. Em adição, o mesmo deve enviar agentes para agregar crianças que moram nas ruas e colocá-las, se assim os pais permitirem, em internatos escolares, com o objetivo de proporcionar habitação e escolaridade para os pequenos, visando romper com a realidade cíclica do determinismo, a fim de que as mesmas, no futuro, tenham condições para desenvolverem-se fora das ruas.