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Enviada em: 22/08/2018

Em 1789, a Revolução Francesa configurou-se como um movimento de luta a favor das liberdades individuais na medida em que depuseram uma minoria abastada e dispendiosa em prol de uma maioria faminta além de miserável. Na era pós- moderna, entretanto, os moradores de rua são cada vez mais rejeitados do círculo coletivo em virtude do descaso governamental existente atrelado à tradicional visão preconceituosa que os cidadãos pré-concebem de indivíduos, os quais não possuem um domicílio, considerando esses como seres perigosos e estranhos ao convívio cotidiano.     Primeiramente, segundo Sérgio Buarque de Holanda, o brasileiro tende a colocar seus anseios econômicos pessoais em sobreposição aos interesses gerais da comunidade. Nesse sentido, é notório destacar que o Estado nacional não se preocupa com a segurança e o consequente bem-estar dos mendicantes porquanto atividades voltadas para a  satisfação dos direitos dos cidadãos são muito onerosas e não trazem - como no agronegócio - vultosos lucros imediatos. Como resultado disso, temos um cenário em que milhares de indivíduos residem em locais públicos urbanos e têm seus direitos constitucionalmente violados devido à quase inexistência de políticas publicas voltadas para a retirada do mendigo das ruas e a sua reinserção na comunidade como cidadão comum.      Ademais, sob a ótica durkheimniana, todo e qualquer indivíduo que não obedece aos padrões estabelecidos pela sociedade de consumo tende a ser excluído pelos seus componentes. Nesse âmbito, análoga a teoria darwiniana a qual afirma que os mais aptos sobrevivem as condições adversas do meio os moradores de rua, por não se encaixarem  nos moldes socioculturais seio capitalista, são vítimas constantes de piadas preconceituosas e violência física. Além disso, a estereotipação negativa dos moradores de rua impede estes de conseguirem emprego ou obter um diploma universitário, visto que os indivíduos não são socialmente aceitos pelos grupos comunitários.    Destarte, é mister que as secretarias estaduais, junto aos sindicatos, propiciem a criação de oficinas de emprego voltadas para a população mendicante com o ensino de cursos profissionalizantes na área da engenharia civil e comércio artesanal. Outrossim,os alunos desse curso serão utilizados como mão de obra na construção de obras públicas e áreas comerciais a fim de que, por meio do auxílio estadual, o indivíduo contribua, no quesito social e profissional, para a manutenção do seio coletivo. Por fim, a escola deve promover visitas periódicas dos alunos aos locais em que residem os mendigos no intuito de aproximar culturalmente os diferentes cidadãos por meio da rica troca de experiências; o aluno, posteriormente, necessita promover trabalhos solidários que hajam no intuito de elevar a qualidade de vida do ser racional retirando, desse modo, o indigente do comodismo social o qual está inerte.