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Enviada em: 22/08/2018

Invisibilidade pedinte suja        A condição nômade foi de fundamental importância para o desenvolvimento da espécie humana, pois assim, as pessoas saiam em busca de novas terras, alimentos e melhorias de vida. Após milhares de anos, o homem conquistou técnicas de subsistência e abandonou da caverna e o hábito andarilho. Contudo, ainda hoje no Brasil, muitos vivem vagando pelas ruas. São nômades obrigatórios; e não por que querem, mas por serem vítimas das fragilidades sociais e econômicas do Estado. Assim, debater e propor soluções sobre esse assunto é, indubitavelmente, de suma importância para toda a sociedade.       Pesquisas realizadas, inicialmente, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016, mostraram que há mais de 1,98 milhões de moradores de rua no Brasil. Esses moradores não podem ajudar o progresso financeiro do país, primeiro porque não têm emprego e moradia fixos, e assim não contribuem para o aumento do produto interno bruto, e segundo porque muitos não possuem documentos de identificação, com isso são Isentos de pagarem impostos, como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).       Os moradores de rua também, por outro lado, sofrem problemas sociais, pois são privados do direito de opinar a respeito dos acontecimentos do país. Ao viverem marginalizados, condições básicas lhes são negligenciadas como alimentação, higiene e saúde. Em julho de 2017, a ação de limpeza realizada rotineiramente pela gestão do prefeito João Dória foi corresponsável pela morte de dois indivíduos e o outro foi o frio, uma vez que os termômetros registraram 8°C na cidade de São Paulo no dia que jatos d’água os atingiram. Fatos como esse demonstra a invisibilidade que esses seres humanos são submetidos.       A precariedade envolvendo moradores em situação de rua pelo país, portanto, é complexa o suficiente para indicar que soluções descontextualizadas, não surtem os resultados necessários para resolver o problema. Dessarte, o Ministério da Educação deve desenvolver projetos nas escolas a fim de fomentar a solidariedade e o olhar empático para com esses indivíduos. Ademais, as Organizações não Governamentais promovam eventos de assistência a esses brasileiros com a finalidade de capacitá-los para a saída dessa condição de invisibilidade, em conjunto com o Estado que deve emitir documentos e encaminhar para abrigos capacitados a recebê-los. A Declaração dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas afirma que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos e, ao estarem dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade logo, urge a empatia com os moradores de rua.