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Enviada em: 22/08/2018

"Os olhos são inúteis quando a mente é cega". Essa assertiva do pintor George Redhawk, embora metafórica, revela a questão da falta de visibilidade aos moradores de rua no Brasil. Nesse contexto, o ato de exclusão dos não habitados, lamentavelmente, permeia os caminhos das desigualdades sociais advindas desde o período Colonial. Outrossim, há uma necessidade, ainda maior, no debate temático para melhoria da problemática e que haja a desmistificação de que o morador de rua seja um ser inútil socialmente.       Em primeira instância, vale salientar que a gentrificação social aumentou o índice dos necessitados nas ruas, isto é, com o avanço das zonas urbanas brasileiras, a população com baixo poder aquisitivo sentia-se retraída no sistema. Com efeito, a sociedade atual ainda mantém aspectos de segregação, cujos tratamentos aos moradores de rua são de indiferença e, com isso, acentua os altos níveis de exclusão e um avanço ainda maior para a marginalização desses indivíduos. Sendo assim, esse caos, não endêmico, se confirma na obra "Ensaio sobre a cegueira" -  de José Saramago - quando afirma que a insensibilidade pelo outro eleva os níveis de exclusão, especialmente, dos mendigos que foram para as ruas em busca de refúgio e encontram apenas desprezo e solidão.   Ademais, indubitavelmente, ainda é um tabu falar sobre as questões sociais de classes marginalizadas no Brasil. Nesse aspecto, a população precisa sair da "cegueira" humana e social, com objetivo de começar a debater sobre o assunto, principalmente, nas famílias de classes altas. Por conseguinte, os moradores de rua ficam sem acompanhamentos saudáveis e acentuam problemas físicos e psicológicos, além de aumentar o número de doenças venéreas entre os não habitados. Logo, sob a perspectiva de Carlos Drummond de Andrade, é preciso andar de mãos dadas socialmente, para auxiliar os moradores de rua na luta e busca por uma vida melhor.       Entende-se, portanto, a responsabilidade da população de agir com a mente aberta para os problemas com os necessitados urbanos. Em suma, é dever do Governo Federal, com auxílio das prefeituras, estabelecerem um conforto e ajuda aos moradores das ruas, por meio de projetos e locais que possuam profissionais de saúde e habitação para atender as classes marginalizadas, com intuito de diminuir os casos de segregação e os moradores rueiros possam ter uma vida digna, uma vez que projetos filantrópicos, com o auxílio das instituições públicas, fortaleceram o fim de novos não habitados. Assim, a sociedade brasileira deixará o pensamento segregacionista para trás e passará a ter uma visão não preconceituosa dos moradores de rua no país.