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Enviada em: 21/07/2017

Titulo: Mais que um problema financeiro. A falta de empatia na sociedade chega a pontos extremos quando se olha a situação de moradores de rua e usuários de drogas abandonados no centro de São Paulo, esquecidos pelo governo e por seus parentes, sofrem violências constantes tanto psicológicas como físicas. Homens e mulheres que tiveram uma vida estabilizada, estudo, dinheiro, casa, mas por motivos variados se encontram vivendo nas ruas.    Recentemente ocorreu no centro da capital paulista uma ação dirigida pelo prefeito João Dória conjunta com o governo do estado para solucionar o problema social da "cracolândia", a região vive desde a década de 90 (ponto onde foi concretizada à formação de como ela é hoje) uma deterioração pelo crack, se tornando um ponto turístico a usuários na decadência completa de sua vida. A ação constituía da retirada das barracas e dos usuários de drogas da região, após o ato seria fornecido internação em clínicas públicas, entretanto, o tiro veio a culatra, por mau planejamento e falha na ação, casas de moradores da região (estes que não seriam usuários e nem traficantes locais) foram derrubadas sem o aviso prévio provocando acidentes nos mesmos, muitos usuários não aceitaram a internação ocorrendo apenas a transição de local por eles, se dirigindo para uma praça próxima da localização anterior, a ação sofreu fortes críticas por ONG's e pelos direitos humanos pela violência do ato e a falta de efetividade.   A falta de empatia fica clara quando não se entende a real situação, e o problema se apresenta de forma gigante defronte as ações e projetos dirigidos, não só a "cracolândia", mas aos sobreviventes da rua. A brutalidade impede que estes indivíduos queiram de certa forma retornar a sociedade que tanto os esqueceu; é um processo lento que deve ocorrer ainda nas ruas para que ocorra naturalmente, por meio de campanhas e projetos que visem à educação e a reabilitação social e o mais importante, esperança de uma vida estável.    Apenas a reabilitação não incentiva que pessoas saiam do sofrimento diário, após o processo deve ocorrer adjunto com o estado uma concretização que o indivíduo não retornará à situação de rua. Muitos não tem família nem pontos de ancoragem para se apoiarem caso tenham uma recaída ao uso de drogas ou ao alcoolismo, apenas o fornecimento de dinheiro, emprego, casa não garante que o sujeito que viveu anos nas ruas possa retornar a sociedade de forma saudável ou natural. O processo da reconciliação ao mundo deve ser incluído, a ressocialização, é essencial para um futuro estável.