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Enviada em: 04/08/2017

Na obra “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, do escritor Lima Barreto, o protagonista acredita fielmente que seria apenas uma questão de tempo até o Brasil converter-se em uma nação desenvolvida. Hodiernamente, porém, é provável que Policarpo reconsiderasse sua posição, pois o descaso com moradores de rua, situação muito frequente no país, é um dos aspectos mais lamentáveis que podem existir em uma sociedade. Esse quadro perdura, principalmente, pela omissão do Estado somada à falta de auxílio da população.         Primeiramente, é notório que o a negligência do governo está entre as raízes do problema. De acordo com o economista inglês John Maynard Keynes, é dever do Estado suprir as necessidades básicas de seus cidadãos e assegurar o bem-estar destes. Nesse sentido, milhares de indivíduos que se encontram em vulnerabilidade social – seja por motivos financeiros seja por razões psicológicas –tornam-se mendigos e andarilhos pela ausência de programas sociais que os ampare. Logo, a inobservância do Estado em cumprir sua função é a principal causa dessa infeliz realidade.         Além disso, a sociedade tem sua parcela de culpa no cenário vigente. Segundo o escritor austríaco Franz Kafka, a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. No entanto, muitos brasileiros parecem não concordar com essa frase, visto que negam ajuda a moradores de rua. Ademais, embora algumas ONGs e igrejas tenham projetos para auxiliar mendigos e reinseri-los no mercado de trabalho, tais iniciativas ainda não são capazes de suportar o grande número de cidadãos que vivem nessa situação.         Fica evidente, portanto, que a penúria vivida por esses indivíduos influência negativamente o tecido social brasileiro e precisa ser combatida. Posto isso, é imperativo que o Estado, na figura de Poder Executivo, crie um programa de assistência social para oferecer moradia temporária, acompanhamento psicológico e vagas de emprego à cidadãos desamparados, objetivando afasta-los das ruas. Paralelamente, ONGs devem organizar palestras, com intuito de conscientizar a população sobre o tema. Assim, com Estado e sociedade civil e unindo forças em prol de um país mais justo e humano, construir-se-á o Brasil que Policarpo Quaresma tanto exaltava.