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Enviada em: 20/09/2017

A atual situação da população de rua está ligada ao advento do atual modelo econômico, o qual não atua em prol do combate à vulnerabilidade social, não condizendo,por fim,com a democracia.Nesse sentido,com o avanço do capitalismo tornou-se necessário deslocamentos imigratórios em busca de melhores condições de vida e de emprego,o que auxiliou no surgimento do fenômeno de população sem acesso aos direitos básicos,como à habitação.Logo,é preciso mudanças,a fim de consolidar os direitos universais da população de rua e de cessar com tal perspectiva individualista.   No processo de urbanização nacional,o Rio de Janeiro na República Velha,como capital e como grande centro urbano,apresentou uma gestão pública movida por uma ideologia sanitarista e excludente - o que sustentou a Revolta da Vacina.Tal concepção,todavia,ainda permanece no Brasil contemporâneo,visto que a política do prefeito de São Paulo negligencia os direitos básicos constitucionais e atua em prol da “limpeza étnica” no município,de modo que contribui para a marginalização e para a perpetuação de estigmas discriminatórios.Dessa forma,com a pretensa de esconder as desigualdades sociais da metrópole,os cidadãos em situação de rua de tal metrópole são vítimas de atos desumanos e de hostilidades públicas.Por conseguinte, esses cidadãos permanecem à margem de proteção social e demonstram a inexistência de uma plena democracia no país.    Nesse contexto,as entidades do Terceiro Setor que atuam combatendo tal mazela e oferecendo serviços básicos para esse grupo vulnerável não possuem apoio tanto governamental quanto da sociedade civil,uma vez que necessitam de auxílio financeiro e de voluntários.Na visão crítica de Zygmunt Bauman,essa situação é característica da " Modernidade Líquida",já que,assim como os líquidos,os indivíduos apresentam dificuldade em manter a coesão ao priorizar tendências individualistas e imediatistas,o que contribui,portanto,para o surgimento de adversidades ligadas à falta de empatia e de comprometimento dos setores públicos que atuam em prol de interesses privados.     Considerando tal defasagem,são necessárias mudanças,a fim de garantir o direitos sociais previstos na Constituição Federal.Para isso,o Ministério da Educação,com o auxílio das ONGS,deve implantar no currículo escolar o ensino dos direitos humanos e estimular trabalhos voluntários na própria comunidade do aluno, em função de amenizar o individualismo e de aumentar a participação dos jovens nas entidades que atuam nesse contexto.Além disso,órgãos municipais devem investir em assistentes sociais e psicólogos nos espaços públicos,a fim de realizarem pesquisas para analisar a particularidade de cada cidadão em estado de rua, com o intuito de criar políticas públicas mais específicas,como por exemplo,oferecimento de subsídios para empresas privadas que contratarem tais indivíduos.