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Enviada em: 14/10/2017

No início do século XX, o prefeito Pereira Passos realizou uma reforma urbanística no Rio de Janeiro, desalojando as classes mais desfavorecidas do centro da cidade e relegando-os à periferia. Desde de aquela época, os mais humildes já eram os mais negligenciados pelo poder público, situação análoga à vivenciada pelo crescente número de indigentes que atualmente dormem espalhados pela ruas das grandes cidades. Com isso, surge a problemática da situação dos moradores de rua, que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela baixa escolaridade, seja pela reprodução de velhos costumes.    É indubitável que a falta de instrução dos indigentes esteja entre as causas do problema. Segundo dados publicados pela revista Istoé, 58% dos moradores de ruas possuem apenas ensino fundamental completo ou incompleto, enquanto que 15% deles nunca estudaram. Desse modo, é possível perceber que a ausência de uma educação formal condena-os a uma vida de situação precária, de maneira análoga a teoria do filósofo alemão Immanuel Kant, que afirma que o homem é tudo aquilo que a educação faz dele.    Outrossim, destaca-se a perpetuação do abuso do álcool e outras drogas como impulsionadora do problema, haja que esta é a causa mais frequente para se tornar morador de rua. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e de pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, observa-se que a reprodução do abuso de entorpecentes se encaixa na teoria do sociólogo, uma vez que se uma criança cresce em um meio social onde esse ato é recorrente, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Por conseguinte, essas crianças têm grandes chances de se tornarem dependentes do álcool ou viciadas em drogas, e logo, são bastante propensas a se tornarem indigentes.    Torna-se claro, portanto, que a situação dos moradores de rua no Brasil precisa ser afrontada. Nesse sentido, cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social, em parceria com o Ministério da educação, a criação de um novo programa social que forneça um subsidio financeiro para os moradores de rua que atendam a aulas nos já existentes Centros de Educação para Jovens e Adultos, a fim de que se possa aumentar o nível de instrução dessa população carente. Ademais, é necessário que as ONGs destinadas à inclusão social desenvolvam campanhas televisivas a respeito do uso de entorpecentes e seus perigos, com o objetivo de reduzir o número de novos pessoas em situação de rua. Dessarte, poder-se-á melhorar a situação dos moradores de rua no país e, finalmente, ultrapassar antigos paradigmas.