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Enviada em: 17/10/2017

Durante a República das Oligarquias, no Brasil, evidenciou-se um movimento popular conhecido como a Revolta da Vacina. Apesar do nome, o contexto da vacinação era apenas a ponta de um iceberg de muitos outros problemas sociais, dentre eles, a restruturação urbana, em que muitos habitantes foram expulsos de suas casas, sujeitando-se à rua como moradia. Hodiernamente, a questão dos moradores de rua ainda constitui uma realidade no Brasil. Haja vista o descaso social e político, essa parcela da população é marginalizada, o que configura um cenário desafiador mediante a isonomia constitucional não evidenciada na prática.    Em uma primeira análise, cabe pontuar a invisibilidade dos cognominados como mendigos diante da majoritariedade da população. Segundo o sociólogo Zygmund Bauman, em sua obra "Modernidade Líquida", o individualismo é a principal característica - e o maior conflito - da pós modernidade. Sob essa perspectiva, é imperativo sobrelevar o convívio dos moradores de rua - só em São Paulo já são 15.905 pessoas de acordo com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social - com o cotidiano da população urbana. Com efeito, embora totalmente explicita a miséria e a marginalização desses indivíduos, o individualismo pré-moderno contribui para que a situação seja negligenciada e nenhuma medida social é tomada para melhorar a qualidade de vida desses cidadãos.    Além disso, convém frisar a inoperância governamental frente à problemática. De acordo com o portal "brasilescola.com", 58,7% dos moradores de rua não têm nem mesmo o ensino fundamental completo e 15% nunca estudaram. Dessa forma, perpetua-se a problemática mediante a dificuldade desses indivíduos com a inserção no mercado de trabalho e na conquista de sua independência financeira. Entretanto, apesar dessa situação deficitária, nunca evidenciou-se politicas públicas de ressocialização desses cidadãos. Por conseguinte, a isonomia constitucional e os Direitos Humanos tornam-se ideários utópicos quando é colocado em pauta os problemas dos moradores de rua.    Em virtude do que foi mencionado, impõem-se medidas que vão de encontro ao impasse em vigor. Maximamente, a Secretaria dos Direitos Humanos, em parceria com ONGs, deve promover um incentivo à mobilização social pr meio da mídia e redes sociais, demostrando a situação miserável, a qual se encontra os mendigos e pedindo apoio da população para que pressione as autoridades na luta pelos direitos desses indivíduos. Outrossim, as prefeituras locais, junto ao Governo Federal, deve investir intensamente na construção de abrigos educacionais com o fito de incluir os moradores de rua na sociedade mediante cursos técnico que facilitam a busca por emprego, garantindo sua independência financeira. Só assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país igualitário e justo.