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Enviada em: 17/10/2017

Diógenes de Sinope foi o principal representante do cinismo, escola filosófica posterior a Aristóteles. Ele ganhou notoriedade ao habitar, por vontade própria, um barril nas ruas Atenienses, onde pregava o desapego aos bens materiais. Todavia, no que se refere ao Brasil hodierno, a condição dos moradores de rua representa um grave retrocesso ao desenvolvimento da nação, a qual é oriunda de fatores sociais.         Em primeira análise, cabe pontuar que a má gestão estatal favorece a manutenção do problema. Isso ocorre, na maioria das vezes, pelo alto índice de desemprego, o qual, segundo dados do IBGE, está acima de 7% desde 1990. Nesse contexto, deve-se salientar que o déficit de vagas de trabalho tem origem no baixo investimento governamental em indústrias, setor com maior potencial de geração de empregos e na pesada burocracia trabalhista, haja vista que, muitas vezes, o gasto com o funcionário supera a sua produção. Por conseguinte, muitas pessoas que apresentam capacidade de compor a mão de obra nacional são obrigadas a viver sem renda alguma.         Ademais, convém frisar que outras mazelas atuais colaboram com a persistência desse mal. Muitas pessoas, por influência de drogas, apresentam péssimas relações com a unidade familiar, o que o força a abandonar o lar e estabelecer-se em ambientes próximos às zonas de distribuição do entorpecente, como ocorre na cracolândia, em São Paulo. Esse fator gera, também, violência, pois na tentativa de sustentar o vício, usuários começam a praticar roubos e até latrocínio. Por outro lado, muitos indivíduos com transtornos psicológicos fogem de casa e não são mais encontrados, assim, findam por residir nas ruas.          Em virtude dos fatos mencionados, percebe-se que o número de moradores de rua é reflexo de problemas na estrutura social, logo, é mister a adoção de ações para o seu combate. Para isso, o Estado, na figura do Poder Legislativo, deve legalizar empregos que pagam menos de um salário mínimo e reduzir tributações de contratação, como FGTS e INSS. Além disso, o Governo Federal deve oferecer condições favoráveis à instalação de empresas estrangeiras e disponibilizar crédito barato aos investidores nacionais que planejam a criação de indústrias com alta demanda por mão de obra. Outrossim, cabe ao Ministério de Obras construir conjuntos habitacionais nas principais cidades brasileiras, os quais abriguem essa parcela da população até obterem uma renda, bem como, criar mais centros públicos de reabilitação para dependentes químicos. Destarte, poder-se-á afirmar que o Brasil oferecerá os mecanismos necessários à mitigação dessa problemática.