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Enviada em: 19/10/2017

Minha rua, minha vida      O físico alemão Albert Einstein disse certa vez: ''A menos que modifiquemos a nossa maneira de pensar, não seremos capazes de resolver os problemas causados pela forma como nos acostumamos a ver o mundo''. Quem sabe nos dias de hoje ele compreendesse melhor seu pensamento, visto que muitas pessoas tratam os moradores de rua como um caso isolado da sociedade brasileira. Entretanto, ao fazer uma análise mais consistente, percebe-se que fatores sociais e comportamentais convergem para essa problemática no Brasil.       De acordo com Shakespeare, se gostam do trabalho, levantem cedo e façam com alegria. E quando a pessoa está desempregada? Ninguém nasceu morador de rua, mas a sociedade brasileira prefere enfrentar essa situação como um fracasso pessoal e não, como um problema no sistema social do país. Uma vez que, com o aumento do desemprego, aumentam os casos em que, sem capacidade de pagarem o aluguel, famílias inteiras vão para as ruas. Por conta disso, cresce cada vez mais o número de cidadãos em situação de rua, devido principalmente à crise econômica e também à ausência de políticas públicas para o setor. Dessa forma, quem paga por essa grave recessão e acaba indo parar nas ruas é aquele que tem menos condição financeira e baixa escolaridade.    Em uma segunda abordagem, observa-se que as brigas familiares levam inúmeras pessoas a morarem nas ruas, em decorrência, na maior parte dos casos, do vício em drogas ou em álcool. Segundo a pesquisa do Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua, 36,5% dos indivíduos deixaram suas moradias por causa do uso abusivo de drogas e álcool. Em virtude disso, os pais desses dependentes de substâncias psicoativas passam a não aceitarem mais seus filhos, visto que tornaram-se agressivos e, para evitarem maiores danos, preferem que vão embora de casa. Desse modo, numerosos viciados vão para as ruas devido a liberdade que ela proporciona e, quando percebem o que deixaram para trás, não conseguem mais retornar.    Fica claro, portanto, que as mudanças de comportamento com as pessoas em situação de rua precisam ser permanentes. Assim, cabe o Governo Federal elaborar estratégias de apoio aos moradores de rua por meio de concessões de habitações permanentes, a fim de conceder assistência social para ajudá-los a colocar a vida nos eixos e resolver questões como desemprego e vício em drogas e álcool. Ademais, os municípios precisam contratar mais assistentes sociais por intermédio de empresas terceirizadas, capazes de diminuir o acúmulo de funções de profissionais concursados para dar conta de uma demanda que só cresce. Só assim Einstein vangloriar-se-ia de mais essa descoberta. .