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Enviada em: 02/11/2017

Segundo Durkheim, a sociedade opera como um organismo. Seguindo esse raciocínio, é preciso que haja coesão e equilíbrio entre os elementos sociais para que não ocorra nenhum colapso. No entanto, o motivo da existência de moradores de rua é um dos principais fatores que rompem com a harmonia social, haja vista que possui como pilar a desigualdade social, acarretando a exclusão desses indivíduos.       Desse modo, embora a Constituição assegure o direito à moradia a todos os brasileiros, na prática isso não acontece. Nessa acepção, Milton Santos associa os moradores de rua à dinâmica da globalização como perversidade. Assim sendo, ainda que seja reforçada pelas mídias e Estado a reaproximação de povos e aumento da interação, é ignorada a exclusão social desse grupo do processo. Por conseguinte, dados como o do censo da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, que mostra que 15.905 pessoas vivem nas ruas de São Paulo, tendem a crescer e alertam para a urgência da questão.      Contudo, o problema está longe de ser solucionado. Durante a Ditadura Militar, o então ministro da fazenda, Delfim Netto, falou a célebre frase: ''é preciso fazer o bolo crescer para depois reparti-lo''. Todavia, ao fazer uma alusão à economia do período e, depois, ao analisarmos a notória existência de moradores de rua atualmente, torna-se possível ver que as riquezas do país ainda não foram partilhadas. À vista disso, Karl Marx afirma que a desigualdade social é inerente ao sistema vigente no Brasil, que é o capitalismo. Entretanto, de maneira a atenuar tais desigualdades, o prefeito de São Paulo, João Dória, criou uma polêmica medida: distribuição de ''ração humana'' aos moradores de rua. Não obstante, tal ação foi ineficaz, uma vez que a situação é mais complexa que apenas alimentação, dado ao fato que esses indivíduos precisam de moradia.     Portanto, medidas devem ser tomadas para resolver o problema. Desse jeito, o Ministério do Desenvolvimento Social deve criar ou ampliar programas que visem auxiliar economicamente a parcela mais pobre da sociedade por meio do investimento ao Bolsa Família, por exemplo. Para isso, seria aumentada a renda ou o público beneficiado pelo projeto. Consequentemente, haveria menos moradores de rua, visto que a desigualdade seria apaziguada. Além disso, cabe à Receita Federal destinar maior parcela dos impostos arrecadados em aparatos eletrônicos para contribuir com ONG's que buscam distribuir alimentos e retirar jovens da rua. Assim, com a retirada dos indivíduos da rua e melhor suporte financeiro, eles poderiam ascender socialmente. Dessa forma, seriam menos excluídos da globalização. Posto isso, após tais atitudes, a sociedade seria mais harmônica consoante Durkheim.