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Enviada em: 02/11/2017

Mendigo, sem teto, vagabundo. O brasileiro dispõe de variados vocábulos para se referir aos moradores de rua; termos, em sua maioria, pejorativos. Já disse Jean-Paul Sartre,"A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota." É notável, assim, certa repugnância dos indivíduos em relação aos marginalizados, situação excludente paradoxalmente aceita e normalizada pela sociedade.     Destaca-se, primeiramente, que a reação mais comum do brasileiro em frente a um mendigo -  o distanciamento - é resultado de um histórico de violência nas ruas basileiras. É incutido na mente do civil que aqueles mais prováveis a serem criminosos são os maltrapilhos que vivem nas ruas, sendo que, mais forte que essa possibilidade, há a certeza de que eles são seres humanos necessitados de ajuda que vivem num estágio insalubre, de corpo e alma.     Todavia, apesar desse processo ser evidenciado como exclusão social, poucos são os que se importam verdadeiramente. E, na maioria dos casos, em restritas épocas do ano. Com a chegada do inverno, nota-se que a invisibilidade dos moradores de rua é diminuida, consequência principal das mortes por frio que são noticiadas todos os anos. Por maior que seja a mobilização, se ela for somente passageira, a realidade de exclusão sempre voltará a existir.     Destarte, os moradores de rua do Brasil, invisíveis frente a maior parte da população, continuarão aumentando de número caso os estereótipos sobre eles prevaleçam sobre a condição humana dos mesmos. Afinal, segundo Platão defendia, o importante não é apenas viver, mas sim viver bem. Dessa forma, o Executivo deve mover forças ágeis e organizar um comitê destinado a questão dos sem teto em geral. ONGs ligadas à reinserção social e à moradia devem ser requisitadas, para assim reinterar e compartilhar projetos, e conseguirem apoio para pô-los em prática. O primordial, contudo, é trabalhar em cima da desconstrução de estereótipos e exploração das capacidades individuais de cada ser humano, através de incentivos culturais e afins. Eventos anuais podem ser um bom caminho para uma futura melhora no quadro. Toda solução começa com uma pequena ação.