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Enviada em: 15/05/2018

Jorge Amado, ao escrever o livro “Capitães da Areia”, retrata a vida de jovens que, pela falta de oportunidades, moram nas ruas de Salvador. De fato, na realidade brasileira essa história não é apenas ficção, mas faz parte do cotidiano de milhares de brasileiros que, pela exclusão social ou pelo uso de drogas, vivem nas ruas, onde não há sequer condições mínimas para a habitação humana.        A priori, é válido salientar que o uso de drogas é o principal fator que leva o indivíduo a morar nas ruas. Os famosos pontos de drogas, no qual os usuários vão para comprar e usar, acabam formando em seu entorno, um emaranhado de pessoas- como na cacolândia, vivendo em condições de vida precárias e onde o índice de disseminação de doenças e a violência são demasiadamente altos. Prova disso é uma pesquisa realizada pelo Brasil escola, no qual a maior porcentagem de moradores de rua- cerca de 36%, são de usuários de drogas.        Sob outro ângulo, analisando a problemática por um prisma social, os moradores de rua, em suma, são a parte da população que, pela exclusão social e a pobreza, tiveram as oportunidades limitadas. A teoria utópica marxiana da meritocracia- a qual diz que pode-se conquistar todos os objetivos de vida ao se esforçar, não pode ser aplicada na sociedade brasileira atual, uma vez que há discrepâncias no oferecimento de oportunidade aos cidadãos, no qual os donos do meio de produção se sobressaem em relação ao proletariado que, não raro, deixa os estudos para trabalhar e, quando demitido, não acompanha o mercado de trabalho e sua única maneira de sobreviver é morando nas ruas.        Destarte, faz-se necessário que o Governo Federal atua na questão para minimizar o número de moradores de rua no Brasil. Portanto, é mister que ele atue na questão das drogas, bem como a disponibilização de centros de reabilitação gratuitos e, por meio de palestras nos teatros municipais, oferecer apoio às famílias desses indivíduos e ajudá-los a como lidar com a situação, afim de melhorar a qualidade de vida dessa parte da população e minimizar a força dos “polos de drogas”. Além disso, as Prefeituras devem realizar, em conjunto com empresas, o estudo vinculado com o trabalho em meio turno, diminuindo a necessidade de deixar à escola para trabalhar, diminuindo a discrepância nas oportunidades, para que um dia, a história relatada por Jorge Amado seja apenas ficção.