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Enviada em: 27/03/2018

Preocupante: Essa é a palavra que melhor exemplifica a situação dos moradores de rua no Brasil. Essa contatação pode ser feita, uma vez em que essa população, além de não possuírem as condições básicas de sobrevivência, estão ainda suscetíveis à violência, maus tratos e acabam se tornando "invisíveis" aos olhos da sociedade. Com efeito, um diálogo entre cidadãos e Estado é necessário para que essa lamentável realidade seja modificada.   A Constituição Federal de 1988 - norma de maior hierarquia no sistema jurídico brasileiro - assegura a todos os cidadãos direitos, como moradia, saúde e emprego. Entretanto, os brasileiros em situação de rua mostram que não experimentam esses direitos  na prática. Em primeiro plano, vale salientar que ha vários motivos para o indivíduo vir a ser morador de rua, dentre eles: depressão, alcoolismo, doença mental. Dessa forma, e em decorrência do escasso auxílio prestado a essa população, os problemas pessoais, na maioria das vezes, podem ser intensificados. Por outro lado, recorrente ao descaso público com esses brasileiros, observa-se o caso da Meire de Oliveira, mulher, cadeirante, que faleceu após horas esperando socorro, e, seu corpo só foi retirado da praça pública, onde morava, após 7 horas do óbito.   Sob esse viés, ressalta-se que o número de brasileiros em situação de rua ultrapassa os 100.000. Contudo, o sociólogo Zygmunt Bauman defende, na obra "Modernidade Líquida", que o individualismo é uma das principais características - e o maior conflito - da pós-modernidade, e, consequentemente, parcelada população tende a ser incapaz de tolerar diferenças. Esse problema assume contornos específicos no país, onde, a violência é utilizada como ferramenta para extinguir os invisíveis sociais, como exemplo, o "Massacre da Sé" em São Paulo e a "Chacina da Candelária" no Rio de Janeiro, ambos deixando mortos aqueles que moravam em ambientes públicos - de todos. Nesse sentido, um caminho possível para retirar a capa de invisibilidade dessa população é desconstruir o principal problema da pós-modernidade, segundo Bauman: o individualismo.   Urge, portanto, que indivíduos e instituições públicas cooperem para mitigar a situação dos moradores de rua. Cabe aos cidadãos, através de ONG's, prestarem apoio jurídico, social e psicológico à população de rua, visando conscientiza-los a cerca de seus direitos, para que passem a ser vistos pela sociedade. Ao Governo, é recorrente que haja aumento significativo de políticas públicas voltadas para essa minoria, para combater a invisibilidade social e promover, efetivamente, sua reinserção, com acesso à saúde, trabalho e moradia.