Materiais:
Enviada em: 06/06/2018

Não é difícil imaginar esta cena: um professor de literatura, ao iniciar seu trabalho em uma escola tradicional, diverge dos padrões de ensino estabelecidos e se desfaz de métodos e regras. Ao quebrar esses dogmas, os alunos despertam interesse pelo estudo e são incentivados a buscarem seus próprios conhecimentos. Esse cenário – retratado no filme “Sociedade dos poetas mortos” pelo personagem John Keating - sugere o que seria o método de docência eficaz. Entretanto, contrariando a perspectiva cinematográfica, o mundo se mostra em um sistema educacional falido e mecânico, uma vez que insistem no modelo tradicional, sem considerar as evoluções ocorrentes do século XXI.       É preciso considerar, antes de tudo, que já existem muitos projetos educativos inovadores. A título de exemplo tem-se o “Flipped Classroom”, no qual o típico ensino com o professor em sala e as tarefas de casa é invertido. Nesse modelo, a teoria das aulas é vista em casa em pequenos vídeos e o ambiente da classe é transformado em lugar de debates e projetos, tornando as aulas mais atraentes e aumentando a integração e o diálogo. Somado a isso, as novas tecnologias, ao estar presente no cotidiano das pessoas, contribuiu para a existência de outras formas de educação como o EAD e o Blended Learning, em que a maior parte dos conteúdos é transmitida virtualmente.       No entanto, a inadequação de recursos junto à falta de profissionais capacitados, ainda dificulta a caminhada rumo à pedagogia eficiente. De acordo com o censo escolar 2017 do Ministério da Educação (MEC), 53,2% das escolas, no Brasil, não possuem recursos tecnológicos como laboratórios de informática e acesso à internet. Além disso, a situação dos educadores é preocupante, visto que a desvalorização dessa profissão e a falta de incentivos formais para capacitação profissional acarretam, dentre outras consequências, na carência de professores.       Torna-se evidente, portanto, que é inegável a importância da transição do formato tradicional de ensino para outros novos, mas para fazer a diferença, de fato, é preciso implementar mudanças. Para que haja uma melhora, o MEC em parceria com as escolas, deve mudar as diretrizes curriculares para a formação do docente, adicionando capacitação para lidar com a tecnologia e valorizando a aproximação com o aluno. Deve, também, oferecer boas condições de trabalho, disponibilizando verbas para infraestrutura escolar, de modo que todos tenham a oportunidade de obter ensino de qualidade. Só assim, que novos “John Keating” surgirão para efetivar os novos modelos de educação.