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Enviada em: 24/08/2018

É indiscutível que, nos últimos anos, a contestação da eficácia do sistema de ensino tradicional trouxe à tona a ampliação do debate acerca de novos modelos educacionais. O método inovador "School in the Cloud", por exemplo, desenvolvido por um professor indiano, provou-se bastante eficaz ao propor um ensino mais flexível e que visa a maior autonomia dos alunos. Em contrapartida, no Brasil atual, apesar de haver o debate acerca de modelos alternativos de ensino, a implementação destes enfrenta desafios relativos não só à falta de infraestrutura propícia nas escolas, como também à discriminação da sociedade no que diz respeito às novas formas educacionais.   Nesse sentido, é inegável que a insuficiente destinação de recursos à melhoria das escolas, por parte do Poder Público, representa um dos principais empecilhos à resolução do impasse. Isso pode ser evidenciado pela quase inexistência de estabelecimentos escolares, no Brasil, que dispõem de infraestrutura adequada à prática do ensino inovador, tendo em vista a falta não só de tecnologia e ferramentas que visem a busca de conhecimento pelos estudantes, – computadores, laboratórios e bibliotecas de qualidade – como de professores capacitados que estimulem a autonomia dos alunos em sala de aula. Dessa forma, notadamente, a infraestrutura escolar no Brasil encontra-se ainda voltada ao modelo educacional arcaico e tradicional, evidenciando a extrema necessidade de modernizá-la.    Outrossim, é indubitável que tal problemática não relaciona-se apenas à questão infraestrutural, na medida em que a mentalidade discriminatória da sociedade também é um obstáculo à superação do problema. Segundo registros históricos, as primeiras escolas brasileiras foram fundadas por jesuítas, durante o período colonial, no século XVI. Desde então, o modelo educacional brasileiro não passou por tantas transformações, conservando a sua tradicionalidade. Em razão da sobrevivência desse método, ao longo de séculos, bem como da falta de informação, a mentalidade da maioria dos cidadãos é conservadora, sendo condicionada a validar apenas essa concepção ancestral de ensino e a discriminar novas propostas educacionais, dificultando, assim, a inserção destas nas escolas.    Portanto, para que contem com infraestrutura condizente com um novo modelo educacional que instigue a busca autônoma de conhecimento por parte dos alunos, o MEC deve investir mais nas escolas, por meio da disponibilização de novos computadores e laboratórios, além da capacitação dos professores, para torná-los aptos a estimularem o senso crítico dos alunos. Ademais, o Governo Federal deve criar propagandas televisivas que retratem novos modelos educacionais já implementados e que funcionaram, como o método do professor indiano, a fim de convencer as pessoas da sua eficácia. Assim, formas de ensino alternativas serão inseridas no meio escolar, tornando-o mais flexível.