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Enviada em: 23/10/2018

A pseudo-educação no período inicial do colonialismo, era focada exclusivamente na catequização dos nativos, visando o assimilacionismo dos costumes eurocêntricos e religiosos, para inibir as manifestações culturais indígenas e transformar esses indivíduos em massa de manobra aos interesses laborais. A priori, com a transmigração da corte portuguesa iniciou-se o processo de construção da estrutura educacional da brasilidade, todavia, esse processo baseou-se em mecanismos de elitização ao acesso para o aprendizado formal, fomentando a segregação de determinados grupos. Doravante, somente a partir da promulgação da Constituição Cidadã de 1988 que ocorreu a inserção do direito à educação na legislação, mas a mesma permaneceu hierárquica e positivista. Por conseguinte, o desafio atual das escolas é desfragmentar o conhecimento e induzir os indivíduos à reflexão e ao debate.       Outrossim o sistema educacional brasileiro possui enormes desafios institucionais provenientes de estigmas culturais arraigados ao tecido social. Têm-se a ideia de que o aprendizado é responsabilidade exclusiva das escolas e ocorre, consequentemente, o esvaziamento da função das demais instituições sociais e civis. Consoante a isso, o esgotamento dessa estrutura, evidencia-se na evolução natural do conhecimento, que deixou de ser linearizado e passou a demandar conexões e intertextualidade entre os saberes, no entanto, o aprendizado continua deturpado à meritocracia das conquistas pessoais, em detrimento de obter uma finalidade em sim mesmo, no desenvolvimento dos direitos humanos.       Segundo a educadora e filósofa Viviane Mosé a segmentação promovida nas escolas, que se associa a terminologia utilizada no tocante à educação, tais como disciplina, prova, grade curricular e série, militariza e delimita essa instituição, por meio de sinais sonoros de alerta, na permissão da existência de um abismo entre o professor e o aluno. Diante disso, a prisão e a escola são postas como extremos de maniqueístas, que usufruem da racionalidade instrumental para coibir qualquer atitude não padronizada,  mas confluem quando elencam ao enclausuramento. A posteriori, o sentido proposto pelo educador Paulo Freire, de contextualização da aprendizagem, toma forma e urgência na contemporaneidade, que ainda não conseguiu habituar-se a inconstância e a fluidez do conhecimento.       Em síntese, a educação necessita pautar-se para além da escola e da inserção ao mercado de trabalho, visando adquirir o aprendizado colaborativo e o vazio necessário para que haja a reflexão, em detrimento do saturamento conteudista, que exime o indivíduo do raciocínio. Isso só pode ser inciado quando Governo Federal unificar os Ministérios da Educação e da Cultura, haja vista que o primeiro recebe maiores investimentos financeiros que o segundo, no desmembramento de duas esferas unas do saber. Por meio dessa medida, o conhecimento caminhará à integração e não ao segregacionismo.