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Enviada em: 20/07/2019

Segundo o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é organizada por um viés coletivo, garantido por um estado de consciência. No entanto, devido a alguns fatores, essa situação pode ser comprometida, o que cria o estado de "anomia", ou seja, o caos social. Nesse aspecto, o uso excessivo de álcool, ao se considerar seus efeitos deletérios, pode ser definido como um desses fatores. Cabe, então, analisar os impactos desse panorama.       Antes de tudo, é notável investigar como o abuso de álcool impacta o indivíduo e seu ambiente familiar. Nessa perspectiva, a OMS (organização mundial da saúde) aponta a ingestão de álcool em excesso como um agravante da agressividade, além de tornar o consumidor menos racional. Com isso, é recorrente que os casos mais comuns de violência doméstica estejam atrelados a esse uso abusivo; cuja consequência é o ferimento dos laços afetivos propostos por Durkheim. Dessa forma, é promovida uma situação de insegurança e medo em torno da família.        Concomitante a isso, é possível relacionar esse uso indiscriminado com o recrudescimento dos acidentes de trânsito e a violência em espaços públicos. Nesse sentido - ao se considerar o que foi atestado pela OMS - fica claro que o indivíduo, quando embriagado, possui menor capacitação diante do volante, além de se comportar mais impulsivamente contra semelhantes. Dessa maneira, o resultado é a instauração de um caos na sociedade, muitas vezes ocultado sobre seus impactos. Em suma, pode-se dizer que esse cenário corrobora o pensamento hobbesiano, já que "o homem se torna lobo do homem".       Diante do exposto, fica claro, portanto, que o uso abusivo de álcool se tornou uma mazela da atual sociedade. Para apaziguar esses efeitos, é mister que o Ministério da Saúde invista em workshops - formado por palestras de especialistas e dicas - direcionados aos dependentes, a fim de mostrar os impactos negativos ocasionados por esse uso abusivo. Por consequência, será mais fácil realizar suas reabilitações. Apenas assim, será possível romper esse "estado de anomia" durkheimiano.