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Enviada em: 22/07/2019

A cantora Amy Winehouse, além de sua voz marcante, ficou conhecida também pelo uso excessivo de bebidas alcoólicas que fazia, o qual causou a sua morte e o fim de sua carreira. Nesse contexto, é preciso trazer para discussão o abuso de álcool presente não só na vida de personalidades famosas, mas na sociedade brasileira como um todo. Partindo desse aspecto, convém analisar a ingestão em excesso dessa substância entre os jovens e as consequências desse uso, as quais incluem análises sobre livre-arbítrio e a vida em sociedade.       A princípio, é preciso destacar que beber é visto como um comportamento positivo entre os jovens. Nesse sentido, é comum adolescentes beberem para se sentirem aceitos no grupo, como é mostrado em filmes como "American Pie", no qual os personagens mais populares fazem uso de álcool com frequência e os efeitos da prática são sempre positivos. Dentro dessa conjuntura, o abuso da substância pode ser enquadrado como "banalidade do mal", termo cunhado pela filósofa Hannah Arendt para caracterizar comportamentos nocivos, mas tão disseminados na sociedade, que passam a ser banais. Logo, é necessária uma intervenção educacional nas escolas capaz de alertar os estudantes e mudar esse quadro.       Somado a isso, é imprescindível incluir as terríveis consequências da ingestão exagerada desse tipo de bebida. Sob essa ótica, segundo a Organização Mundial de Saúde, uma em cada vinte mortes do mundo decorre do uso inconsequente do álcool, além de ser a maior causa de acidentes fatais no Brasil. Dessa maneira, infere-se que comportamentos como esse extrapolam o livre-arbítrio, visto que colocam em risco a vida do próximo. Com efeito, o filósofo John Stuart Mill apontou, em seu "princípio do dano", que o ser humano é livre para fazer qualquer coisa, mesmo que lhe prejudique, mas desde que não cause mal ao outro. Consequentemente, abusar do álcool e dirigir não configura uma liberdade individual, dado o risco imposto aos demais.       Fica claro, portanto, que é preciso combater a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. Para isso, o Ministério da Saúde deve promover um amplo projeto informacional através da atuação em duas frentes: escolar e midiática. Na primeira, agentes da saúde devem comparecer em semanas temáticas nas instituições educacionais para explicar, com teatros e dinâmicas de grupo, os males que o álcool causa no organismo, a fim de desestimular os jovens a consumi-lo. Na segunda, emissoras televisivas devem veicular propagandas com dados de acidentes decorrentes de embriaguez, com vistas à mudança de comportamento. Assim, o uso do álcool poderá ser feito de forma consciente e não será responsável pelo fim da carreira de artistas promissores como Amy Winehouse.