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Enviada em: 06/08/2019

Desprestígio desejado    Com o início da Idade Moderna, por volta do século XIV, os costumes da ascendente burguesia tornaram-se prestigiados, dentre os quais o consumo de álcool permanece até a atualidade, no século XXI. Apesar do prestígio social em ocasiões específicas, esse costume ocasiona diversos problemas, dos quais destacam-se a precoce iniciação do consumo de bebidas alcoólicas e as consequências para a saúde e para o bem estar social frente ao uso exacerbado. Assim, é necessário discorrer sobre o abuso de álcool na sociedade brasileira.    Segundo Émile Durkheim, famigerado sociólogo francês, a sociedade é coerciva e influenciadora do indivíduo. Sua teoria aplica-se à questão apresentada na medida em que o aparente prestígio do consumo de álcool coerge os jovens e adolescentes brasileiros a iniciarem tal prática precocemente. Essa atitude potencializa o risco de dependência e distúrbios fisiológicos e comportamentais a posteriori, como cirrose hepática e agressividade por abstinência, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).    Outrossim, ainda sob análise embasada na teoria durkheimiana, a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas apresenta consequências de ordens individual e coletiva. No primeiro caso, são observados os distúrbios na saúde, já explanados, e a desestruturação familiar motivada pelas alterações comportamentais. Coletivamente, o indivíduo sob efeito do álcool pode mostrar-se incapaz de obedecer às normas judiciais e éticas, com ações das quais vale ressaltar a condução de veículos automotivos após consumo de bebidas, fator que ameaça o bem estar social.    Portanto, é imprescindível que o Governo Federal utilize recursos midiáticos nacionais, como publicidade e programas socioeducativos, em favor da desconstrução do ideal positivo do consumo de bebidas alcoólicas, através da exposição das diversas consequências negativas da ação, de maneira a coergir os jovens brasileiros a não praticá-la. Ademais, é importante que o Ministério da Saúde direcione verbas e projetos à recuperação de cidadãos viciados em consumo de álcool, de modo a reduzir a incidência das consequências já exemplificadas. Com tais medidas, o costume da modernidade perderá prestígio, e o abuso de álcool na sociedade brasileira se tornará menos expressivo.