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Enviada em: 26/10/2017

A grande depressão de 2017 não é financeira   A palavra depressão tem origem do latim "depressus", que significa abatimento ou infelicidade. Hoje, o Brasil ocupa segundo lugar como o país com os maiores casos de depressão na América, de acordo com a OMS. Sendo mais de 50% dos casos entre jovens com 17 a 25 anos.  O aprimoramento tecnológico, embora acobertado por seus benefícios globais, também contribui efetivamente para esses dados estatísticos. Analogamente, como previsto por Marx quando diz: “cada geração cultiva em si os germes para sua própria deterioração”, as novas tecnologias atuam como “germes” e a depressão como “deterioração”. Outro fato colaborativo para o enraizamento da doença depressus na sociedade, é a pressão psicológica exercida pelas instituições escolares, com provas conteudistas além da conta e testes à todo momento.   Sendo assim, ao que se pode observar, a cada ano que se passa, a geração juvenil se integra mais ao mundo dos “zeros e uns” e ausenta- se do mundo real. Consequentemente, tornando as relações humanas cada vez mais superficiais, contribuindo para a sensação de vazio e solidão presente em 90% dos casos de depressão, conforme dados da OMS.   Concomitantemente, sob outro parâmetro, “ansiedade, agitação e euforia, também são sintomas de alarde para tal doença”, alerta a OMS. Não obstante, são sentimentos muito comuns no âmbito escolar e que, por isso, requer uma atenção específica por parte dos educadores. De acordo com a psiquiatra Sônia Palma, 25% dos adultos diagnosticados com depressão, afirmam que o primeiro episódio do mal ocorreu antes dos 18 anos, justamente no período de conclusão escolar e inserção na vida universitária.   Contudo, quando bem trabalhadas, as instituições escolares, tanto públicas como privadas, podem exercer um papel fundamental no combate a depressão. Centros de apoio ao jovem podem ser abertos com o objetivo de dar ouvidos ao adolescente que, muitas vezes, não possui com conversar. Assim como reuniões administrativas realizadas pelos próprios alunos, apoiados pela direção do colégio, para discutirem meios de tornar o ambiente escolar mais agradável, a fim de combater os casos de ansiedade e euforia dos alunos por contas da provas e, numerosas, tarefas de casa. Desse modo, seguindo o pensamento do sociólogo Paulo Freire, a modificação social acontecerá à partir da reconstrução de sua base: a educação.