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Enviada em: 20/06/2017

A contemporaneidade, marcada pelo advento da globalização e de novas tecnologias, possibilitou a modificação das relações interpessoais e dos parâmetros sociais com a intensificação de corridas em busca de reconhecimento e de prestígio social. Equiparado a isso, houve o aumento dos casos de depressão entre os jovens, configurando um sério problema da saúde pública no Brasil.                Em primeira análise, é válido ressaltar os reflexos da depressão no meio social e comportamental. A esse respeito, alude-se a uma epidemia oculta entre os jovens, que a princípio apresentam prejuízos na formação escolar e dificuldades no convívio social. Ademais, relata-se condições deprimentes, exclusão social, falta de entusiasmo e, muitas vezes, ideais suicidas. Isso constata-se em uma realidade de possíveis problemas estruturais e afetivos entre familiares, tornando propenso o desenvolvimento da doença sem, muitas vezes, haver o diagnóstico e o tratamento adequado desses pacientes.                        Na esteira do processo de ascensão dos casos de depressão entre os jovens, remete-se à pressão e às expectativas da sociedade em relação às decisões pessoais. Isso porque, a premência por reconhecimento, prestígio social e escolhas profissionais em contrapartida à grande competitividade, à sobreposição de tarefas e aos obstáculos impostos pelo meio acarretam uma série de distúrbios psicológicos, estresse e ansiedade. Em meio a isso, há a displicência dos órgãos responsáveis, que não enfatizam a manutenção e lapidação da saúde mental ao longo da vida. Como exemplo, destaca-se uma pesquisa da Universidade Estadual do Maranhão, em que aponta que cerca de 47% dos estudantes de medicina apresentam sintomas depressivos.                        Torna-se evidente, portanto, os reflexos negativos do aumento da depressão. Desse modo, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre o Poder Público, escolas, mídia e famílias. O Governo, em parceria com a mídia, deve promover propagandas publicitárias na televisão e cartazes educativos objetivando a exaltação do cuidado com a saúde mental dos indivíduos. É imperioso que as escolas realizem debates críticos e seminários envolvendo alunos, familiares e profissionais da saúde visando a prevenção da depressão e a identificação dos sintomas pelos pais e professores. Em adição a isso, é primordial a incorporação de médicos e psicólogos no meio educacional, envolvendo a escola e a família no diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos jovens. A articulação dessa pluralidade é imprescindível para a mitigação dos casos de depressão entre os jovens do Brasil.