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Enviada em: 03/08/2017

No século XVIII, uma onda de suicídios em massa ocorreu na Europa após a publicação do livro "Os sofrimentos do jovem Werther", em que o protagonista tira a própria vida. Hodiernamente, o assunto se tornou mais visível após vários casos no Brasil e no mundo, demonstrando a necessidade de medidas para a desbanalização do assunto e difusão correta de informações.        Segunda Émile Durkheim, a sociedade é a responsável por coibir as práticas de suicídio, tendo em vista que o sentimento de pertencimento do indivíduo vulnerável impede a solidão e a banalização de sua própria existência. Todavia, na sociedade atual há uma estigmatização de doenças como a depressão, principalmente quanto ao público mais vulnerável, os jovens, graças aos conflitos e mudanças decorrentes da transição para a idade adulta, sendo o assunto um tabu entre as famílias e escolas. Dessa forma, há um aumento no isolamento e perpetuação dos transtornos depressivos ignorados, podendo levar ao suicídio.        Nesse tocante, há também a divulgação inadequada de casos, causando o chamado efeito Werther. A exemplo do que ocorreu na Europa após a publicação do livro, casos difundidos amplamente na mídia acabam instigando pessoas a cometer suicídio graças ao detalhamento inadequado e à curiosidade que acabam despertando nos indivíduos que se identificam com a vítima, como ocorreu recentemente com o jogo "Baleia azul", desafio em que jovens são incentivados a tirar a própria vida, que levantou enorme interesse nos jovens após os primeiros casos retratados na mídia.       Dado o exposto, medidas são necessárias para solucionar esse impasse crescente no Brasil. É preciso que o Ministério da Educação em parceria com Ministério da Saúde atue com os adolescentes nas escolas, divulgando cartilhas didáticas sobre as soluções para transtornos como a depressão. Ademais, faz-se mister que as famílias sejam orientadas corretamente sobre como agir perante o enfrentamento dessas situações, o que pode ser feito por meio de visitas periódicas de assistentes sociais e de saúde promovidas por prefeituras. Aliado a isso, cabe também ao Ministério das Comunicações o controle sobre a difusão inadequada de notícias de casos de suicídio, que podem afetar a saúde pública de forma negativa. Assim, por meio dessas ações, o país caminhará lentamente rumo a resolução do problema.