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Enviada em: 14/08/2017

Ao contrário do posicionamento positivista de Durkheim, Weber defende como tese que os processos e fenômenos sociais são dinâmicos e mutáveis, os quais necessitam ser interpretados para que se extraia deles o seu sentido. Nessa lógica, pode-se afirmar que o perceptível aumento do número de casos de depressão entre jovens brasileiros exige uma discussão mais ampla sobre como uma sociedade que avança tanto na preocupação com a saúde publica pode, ainda, tratar a doença como um tabu em meio a um cenário tão preocupante.       Defina-se nesse contexto, como ponto de partida, o fato de que o número de pessoas que vivem com depressão aumentou 18% entre 2005 e 20015 segundo a Organização Mundial de Saúde. O mais preocupante, contudo, é constatar que, no Brasil, boa parte dos casos não são identificados e tratados devido ao velho estigma que cerca a depressão. Muitas vezes os sintomas são negados ou até mesmo confundidos com reações típicas da adolescência. Vê-se, com isso, a ignorância da população em geral acerca do tema, tendo consequências desastrosas, como a alta de 15,3% do número de suicídios entre jovens e adolescentes no país.            Outra questão relevante, nessa discussão, é a ideia de que as redes sociais não são um reflexo da vida, posto que pessoas tendem a compartilhar apenas o que as engrandece. É preciso ressaltar, entretanto, que não há preparo para que crianças e adolescentes entendam isso, então passam a pensar que se não são aquilo que veem de seus semelhantes estão fazendo algo errado. Sem achar motivos para isso entram em crises existenciais e pensamentos confusos , os quais podem acarretar em depressão caso não forem cuidadas. Dessa forma, mostra-se pertinente o envolvimento da família, para que, devidamente instruída, possa ajudar no mantimento da saúde mental de seus tutelados.       Em virtude do que foi mencionado ao longo dessa discussão, é perceptível que grande parte do problema do aumento do número de casos de depressão no Brasil é culpa da falta de informação, sendo prioridade prevenir para não ter de curar. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Saúde destinar parte da verba á palestras por profissionais da saúde nas escolas, informando pais e responsáveis sobre a gravidade do problema e como  proceder diante de indícios. Além disso, é imprescindível que a mídia, como ator social, promova representatividade do grupo em questão, seja em novelas, filmes ou documentários, para que seja possível a quebra de tabus, e em conjunto, todos os setores da sociedade se esforcem para mudança.