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Enviada em: 15/08/2017

Se a tuberculose foi a doença responsável por tirar a vida do jovem poeta brasileiro Alvarez de Azevedo no século passado, hoje o mal que tem destaque no universo da adolescência é a depressão. Em tese, o aumento dos casos de depressão entre os jovens no Brasil se deve não somente à pressão exercida pela globalização e seus meios, mas também à negligência que envolve a doença .  Em primeiro lugar, vale ressaltar que para muitos as enfermidades psíquicas são tidas como melancolias corriqueiras; assim, essas patologias são banalizadas pela população, ainda mais quando afeta os jovens. Em virtude disso, - como a adolescência é caracterizada pela rebeldia -, a depressão no meio juvenil, infelizmente, é muito negligenciada. Como resultado, o suicídio decorrente da depressão mata mais jovens que o HIV em todo o mundo, bem como no Brasil, segundo dados da Orgazinação Mundial da Saúde.   Além disso, outra face da questão está relacionada aos meios de comunicação desenvolvidos no atual mundo globalizado. Embora saibamos que viver em rede é algo vantajoso para as relações humanas, é fato que essa mesma ligação distorceu o sentido de algo primordial ao indivíduo: a solitude, ou "a glória de estar só", conforme a definição do filósofo Paul Tillich. Como hoje tudo é compartilhado, o pleno contato consigo mesmo é aniliquilado pelo conceito de felicidade assistida. Entre os jovens, esta necessidade de atenção, quando não correspondida de forma esperada, acarreta em casos de  irritação, isolamento e mudanças de humor - consoante a depressão.                                                                          Logo, o Ministério da Saúde, unido ao Terceiro Setor, pode investir na criação de aplicativos de smartphones que por meio de jogos interativos consigam diagnosticar a depressão e instruir seus jogadores a melhor forma de tratar esse problema; assim, a finalidade desse desenvolvimento tecnológico vai muito além da diversão existente em atividades lúdicas, tem como objetivo principal reparar o descaso que envolve a doença. Posto isto, cabe a escola, por meio de atividades complementares, instruir as crianças e os adolescentes sobre como devemos lidar perante ao conceito ilusório de felicidade partilhada imposto pela globalização, a fim de minimizar os casos de tristeza intensa. Destarte, a Instituição Familiar deve tomar consciência, mediante campanhas socioeducativas elaboraras pelo Governo Federal, sobre a existência da patologia e os danos que ela traz.   Por fim, quando a solidão bater à porta é válido lembrar a mensagem de Tillich: " a linguagem criou a palavra solidão  para expressar a dor de estar sozinho. E criou a palavra solitude para expressar a glória de estar sozinho" .