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Enviada em: 15/08/2017

A expressão "mal do século" foi utilizada no contexto do romantismo literário, para se referir a uma crise de valores desencadeada durante o século XIX. O pessimismo e o isolamento, assim como a dor existencial, afetaram os jovens e permearam na literatura da época. Na contemporaneidade, as características coincidem com o século da geração "byroniana", e apresenta como mal do século, a depressão, que atinge um grande percentual de jovens brasileiros.    Conforme a ideia de "modernidade líquida", criada por Zygmunt Bauman, a solidão é a grande ameaça na modernidade individualista. Para o sociólogo, os valores coletivos foram substituídos pelos individuais, assim, as relações são fluidas e desfeitas com muita facilidade. Como contribuinte para o isolamento, Bauman cita a tecnologia nas redes sociais, onde é tão fácil adicionar e deletar amigos que as habilidades sociais não são necessárias, o que favorece o isolamento, e consequentemente, a depressão.   Similarmente a esse raciocínio, o ilustrador Steve Cutts, em um clipe traduzido como "Você também está perdido?", retrata a crescente dependência da tecnologia e as atuais formas de interação humana. As redes sociais geram uma expectativa de vida perfeita que deveria ser alcançada por todos, como por exemplo, viagens incríveis, relacionamentos amorosos bem sucedidos, protótipos de corpos perfeitos, além de um consumismo sem limites. Consequentemente, o jovem que não se vê inserido nesse contexto se encontra em uma situação de exclusão social, propícia a depressão.   Além da interferência tecnológica, há um outro fator que corrobora com a permanência e o aumento desse mal do século: a pressão social exercida sobre os jovens. A sociedade a qual estão condicionados, exige excelentes resultados escolares, sucesso profissional e ainda, familiar, sem a precaução de compreender os verdadeiros anseios individuais. O estado de estress, portanto, condicionado pela constante busca de cumprir as expectativas externas, favorece ao desenvolvimento de um quadro depressivo.   Conclui-se, portanto, que assim como o mal do século XIX foi superado com uma nova fase da literatura, o Brasil deve agir para reverter sua atual realidade. Para isso, cabe ao governo, em especial o Ministério da Saúde em associação com o Ministério da Educação, alertar e esclarecer sobre a patologia, com campanhas em colégios e divulgação midiática. É igualmente necessário, a ação da sociedade na realidade dos jovens, como com o oferecimento de auxílio psicológico, através de Instituições Religiosas, objetivando proporcionar-lhes uma melhor perspectiva de vida, e solidez emocional.