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Enviada em: 21/08/2017

Epidemia da tristeza    A depressão é uma doença psíquica crônica que atinge grande parcela da população. Segundo o médico Drauzio Varella, o número de jovens brasileiros depressivos representa cinco por cento do total populacional e demonstra a alta incidência da patologia. Dentre os motivos da depressão na juventude, se destacam a pressão por um padrão de vida idealizado e a superficialidade das relações atuais interligadas ao individualismo.    É inegável que na adolescência o indivíduo sente sobre si uma pressão pela busca de um futuro promissor. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de uma sociedade agir e pensar. Analogamente, percebe-se, ou no núcleo familiar ou na própria escola e faculdade uma imposição do jovem ter um brilhante futuro acadêmico ou uma carreira de sucesso, constituindo um fato social e podendo vir a desenvolver um comportamento depressivo por não corresponder à expectativa. Desse modo, nota-se como a idealização de uma vida destaca-se como um impulsionador da depressão.    Outrossim, a superficialidade das relações no século atual representa mais um agravante dessa doença. Para Bauman, vive-se um tempo chamado de “Modernidade Líquida”, o qual é marcado pela fragilidade, superficialidade e individualismo humano. Nesse contexto, viver em uma sociedade na qual o jovem se sente constantemente sozinho e cercado por sentimentos “líquidos” pode estimular uma patologia depressiva, devido à esse conceito criado por Bauman. Assim, percebe-se como é necessária uma maior atenção da saúde pública aos jovens como forma de combate à problemática.    Entende-se, portanto, que o aumento de depressão entre os jovens do Brasil é agravado por diversos fatores, mas pode ser preterido. Para atenuar o problema, é preciso que o Governo Federal em parceria com o Ministério da Saúde amplie o número de psicólogos especializados em adolescentes no SUS, para que possam diminuir a taxa desse transtorno na juventude, além de aplicar campanhas de abrangência nacional junto às redes sociais incentivando e explicando como identificar a doença em alguém e a importância de se buscar ajuda profissional. Dessa forma, será possível minimizar esse intenso fato social.