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Enviada em: 06/09/2017

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, econômicas e políticas é característica da "modernidade líquida" vivida no século XX. Nesse sentido, a depressão entre jovens no Brasil com o seu aumento vertiginoso, bem como suas consequências nefastas, reflete essa realidade.       A princípio, a problemática tem origem no desconhecimento e também no preconceito. No século XIX, o "Mal do Século", muito trabalhado pelos literários românticos, assombrava o mundo com a exposição das doenças psicológicas com origem restrita nos sentimentos amorosos. Atualmente, a causa da depressão tornou-se multifatorial e atingiu patamares alarmantes. Assim, a intensificação da pressão psicológica nas relações de trabalho, escolares e da fluidez das relações pessoais aparecem como grande problema que dispara os sintomas depressivos. Soma-se a isso o preconceito e desconhecimento da depressão como doença que maltrata e também  é capaz de matar, quando atingi o limiar de tendência suicida.       Outrossim, a rede de atenção psicossocial ainda enfrenta barreiras no diagnostico e tratamento da patologia. Nesse contexto, os sintomas e sinais dos males depressivos são poucos conhecidos pela sociedade e, quando conhecidos, são encarados como "frescura" ou até mesmo como "preguiça". Desse modo, colabora Weber, sociólogo alemão, em afirmar que a dinâmica e mutabilidade das relações pessoais intensificam e fragilizam a preocupação com o outro indivíduo, tomando frente às características individualistas.       O combate à liquidez citada anteriormente, a fim de conter o avanço da depressão, deve tornar-se efetivo, uma vez que representa um retrocesso social e de saúde pública . Assim, urge que a imprensa, por meio de campanhas de orientação ao público, divulgue as principais característica da depressão, com intuito de reduzir o preconceito e aumentar o diagnóstico precoce dessa patologia. Além disso, o Executivo municipal, deve criar Centros de Atendimento Psicossociais voltados unicamente para adolescentes e jovens, com fito de ampliar o número de atendimentos, propiciando um maior potencial de cura para os jovens atendidos. Destarte, é preciso que o Ministério da Educação inclua o profissional psicólogo no âmbito escolar, com a finalidade de prevenir e atender as demandas que surgem frequentemente nesse ambiente que por muitas vezes são ignorados e negligenciados pela sociedade.  Por fim, com tais medidas, poder-se-á melhorar o tratamento e diagnóstico dos espectros depressivos, e afastar de vez o Brasil do rol dos países líderes em casos de depressão entre jovens.