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Enviada em: 12/09/2017

Alteração no peso, dificuldade de concentração, insônia, tristeza profunda. Estes são apenas alguns sintomas de uma das principais doenças da contemporaneidade: a depressão. Infelizmente, pode-se dizer que o Brasil sofre uma epidemia desta enfermidade, uma vez que segundo a Organização Mundial da Saúde, 5,8% da população brasileira sofre deste problema, amargando o primeiro lugar entre os países da América Latina. Essa constatação exige uma reflexão sobre os principais aspectos que tornam esta doença uma triste realidade na vida de milhões de brasileiros.       Em primeira instância deve-se observar os fatos sociais propostos por Durkheim, em que os interesses coletivos sobrepõem-se sobre os individuais. Nesse contexto, surge para o senso comum, a ideia de que a depressão não é algo sério, mas drama de adolescente. Através desse fato aliado ao pensamento de Zygmunt Bauman que explica, em sua “modernidade líquida”, a perda da sensibilidade pela dor do outro na sociedade pós moderna, pode-se compreender um ato que, infelizmente, perpetua-se na sociedade brasileira: a negligência aos casos de depressão. Essa atitude contribui diretamente para o aumento nos casos desta doença no país, gerando um gravíssimo problema de saúde pública. Nesse contexto, torna-se necessário ressaltar a inoperância do Estado, uma vez que este seria o grande responsável por garantir a saúde de seus cidadãos.       Outro ponto a ser observado é como o padrão de vida tido como ideal pela sociedade influencia os casos de depressão na juventude brasileira. Sucesso em provas, conseguir um bom emprego, possuir uma ótima condição financeira. Estas são apenas algumas cobranças impostas sobre os jovens na sociedade contemporânea. Sob essa perspectiva, pode-se compreender que, devido a incerteza de não conseguir tais conquistas, o jovem brasileiro vive uma constante situação de medo do fracasso que, infelizmente, muitas vezes evolui para um quadro de depressão.       Em suma, fica evidente que a depressão é um problema gravíssimo na sociedade brasileira, necessitando uma intervenção. Por isso, cabe ao Ministério da saúde, através de parcerias com a mídia, a veiculação de comerciais televisivos que conscientizem a população de que a depressão é uma doença como todas as outras e deve ser levada a sério por toda a população, visando mudar o pensamento popular de que essa enfermidade é um simples drama. Além disso, compete às escolas promoverem palestras com profissionais da área da saúde mental, para conscientizarem seus alunos de que essa cobrança em excesso imposta pela sociedade é extremamente prejudicial para sua saúde dos mesmos, visando a diminuição destas e consequentemente diminuindo os casos de depressão na juventude brasileira e ajudando o país a sair da liderança deste triste ranking.