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Enviada em: 21/09/2017

É necessário pontuar, de início, que a depressão não é voluntariamente controlável, passageira ou irrelevante e sem o apoio profissional pode ser extremamente difícil de lidar. No contexto atual, percebe-se que a doença tem sido cada vez menos negligenciada, no entanto, os casos de depressão, principalmente entre jovens, continuam aumentando e isso é preocupante. Sendo assim, com o propósito de melhorar a expectativa e qualidade de vida da população, é necessário promover alternativas que contenham o aumento da depressão entre jovens no Brasil.       A depressão, segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde – é a doença que mais contribui para o suicídio, a média é de 32 casos por dia, só no Brasil. As causas da síndrome ainda são desconhecidas ou imprecisas, mas entre os jovens, alguns gatilhos emocionais são mais frequentes e necessitam de maior atenção. É necessário debater, por exemplo, a influência do "bullying" sobre a depressão, uma vez que ele motiva o isolamento social e interfere na autoestima das vítimas, deixando-as vulneráveis para o desenvolvimento da doença. Apesar da lei que obriga escolas a adotarem medidas de combate e prevenção ao "bullying", ele ainda é, infelizmente, muito frequente. Outrossim, a legislação isolada não é capaz de garantir a erradicação da problemática.       A falta de um lugar no qual o jovem possa se definir e se reconhecer como indivíduo, tanto na família como na sociedade, resulta em um sério problema de saúde pública. Nesse sentido, o núcleo familiar interfere diretamente na saúde psicológica de crianças e adolescentes. A falta de diálogo e de atenção dos pais constitui outro gatilho emocional relevante para o desenvolvimento da depressão. A falta de conhecimento faz com que o assunto se torne tabu, por isso, é importante desmistificar o tema. Muitos pais ainda não compreendem que a síndrome não é sinônimo de preguiça, ademais, a falta de informação pode impedi-lo de procurar ajuda especializada, como psicólogos e psiquiatras, para o seu filho. O CVV - Centro de Valorização da Vida - por exemplo, presta serviços voluntários de apoio emocional e prevenção do suicídio, mas a sua divulgação, infelizmente, não é eficaz.       Em suma, a depressão entre jovens pode matar, mas também pode ser prevenida e tratada. Sendo assim, o Ministério da Educação, além de fiscalizar a lei, deve investir mais nas escolas, com o intuito de treinar educadores para combater o "bullying" e prevenir a depressão na juventude. Cabe ao Ministério da Saúde, por sua vez, investir em pesquisas que facilitem o tratamento de pessoas com depressão e aliado aos meios de comunicação deve promover campanhas educativas, divulgar ONG's como a CVV, informar e estimular os pais a contribuírem para a saúde psicológica de seus filhos. Desse modo, a saúde pública será preservada e a qualidade de vida não será uma utopia.