Materiais:
Enviada em: 20/09/2017

Já afirmava Claude Lévi-Strauss: "O mundo começou sem o homem e poderá acabar sem ele", nessa perspectiva a sociedade presencia um paradoxo, a negação da depressão, em contrapartida a sua presença exponencial. Dessa maneira, surge a problemática do aumento da patologia em jovens, a qual persiste, ligada intrinsecamente ao pensamento humano, ora pela ineficácia governamental, ora pela mentalidade arcaica de fração social.       É indubitável que o desamparo Estatal seja fator súpero sustentáculo da problemática. Para o eminente filósofo Hobbes, o homem em seu estado de natureza, torna-se seu lobo, carecendo de um poder centralizado para ministrar harmonia. De forma análoga, tal pensamento é rompido, haja vista que o Estado não auxilia de forma coerente na prevenção da depressão em adolescentes. Nesse contexto, tanto há deficiência  de profissionais capacitados e campanhas para a conscientização, tanto como  existência da corrupção na saúde com o desvio de verbas que seriam utilizadas para esses fins. Não obstante, o único prejudicado é o jovem, que chega em casos extremos ao suicídio - o Estado não detém o lobo.       Outrossim, a lenta mudança na mentalidade social recrudesce o paradoxo. José Saramago, em seu livro "Ensaio sobre a Cegueira", descreve uma sociedade que paulatinamente torna-se cega. Metáforas a parte, é o que se sucede quando a comunidade cega com preceitos de outrora decide  ignorar os jovens depressivos. Todavia, sem auxílio e com a pressão do dia a dia, a patologia só se agrava.         Infere-se, portanto, a necessidade de mudanças governamentais e sociais. O poder Executivo, a fim de prevenir a problemática deve disponibilizar em escolas atendimento psicológico, como também, orientar a sociedade por meios midiáticos, sobre como identificar a patologia, e os passos conseguinte. Concomitantemente, a comunidade deve ouvir mais o jovem, seus anseios, dificuldades, corroborando para diminuir suas emoções pessimistas, na forma de conversas ou tratamento adequado.