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Enviada em: 22/09/2017

No século XIX, auge da segunda geração romântica brasileira, o escapismo e o sofrimento pela mulher idealizada era conhecido como "Mal do século". Hodiernamente, é possível associar esse termo não somente à corrente literária mencionada, mas também, a uma patologia que acomete cada vez mais jovens no Brasil : a depressão. Nesse sentido, é válido analisar as causas e as consequências desse problema e, a partir dessa análise, apontar meios de se reduzir o número de pessoas que sofrem com essa enfermidade.     Primeiramente, a pressão a que os jovens são submetidos para que estudem e sejam os melhores faz com que estes enfrentem, diariamente, uma situação de estresse. Nesse ambiente de alta tensão, muitos sentem-se impotentes para atenderem às demandas da sociedade, as quais são constantemente reiteradas por familiares, amigos e até mesmo pela escola. Sob essa perspectiva, é fácil perceber que a alta concorrência no vestibular, as competições infantis por nota na faculdade e a constante preocupação com o mundo acadêmico impulsionam a desestabilidade mental. De fato, Nietzsche estava certo quando disse que a supervalorização do espírito apolíneo (ligado à razão e à valores acadêmicos) não é a forma ideal de se viver.     Em consequência de tais fatores, a depressão pode levar aquele que sofre a tomar atitudes que, por vezes, são irreversíveis. Prova disso é a recente onda de tentativas de suicídio no quarto período do curso de medicina na USP, Universidade onde os alunos entrevistados indicaram os motivos supracitados como sendo motivadores do ato suicída. Casos como esse mostram a seriedade de um problema que, em grande parte, é deixado de lado pela sociedade e não é tratado da forma como deveria, principalmente pelas instituições de ensino.     Fica claro, portanto, que é preciso combater a depressão no cenário atual, visando a promover o bem-estar da população juvenil. Para esse fim, cabe ao Governo Federal criar e expandir programas de suporte emocional e tratamento da depressão em âmbito nacional, com o fito de evitar que aqueles que já são acometidos pela patologia em questão obtenham uma melhor saúde mental e não tomem atitudes drásticas. Ademais, é dever do Ministério da Educação fazer um investimento direcionado à prevenção da depressão e do suicídio nas escolas, isso deve ser feito por meio da contratação de psicólogos, os quais irão fazer um acompanhamento dos alunos e trabalhar o alívio do stress e da pressão psicológica. Somente assim poder-se-á dizer que o Mal do século está apenas ligado à literatura, e não também à uma real patologia.