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Enviada em: 23/10/2017

Segundo Zygmunt Bauman, vive-se, atualmente, uma modernidade líquida; os relacionamentos e as sensações são voláteis e em constante modificação. A depressão, mesmo que seja uma doença antiga, nunca afetou tanto a população jovem como na era atual, podendo associa-la à teoria do sociólogo, uma vez que, como consequência dessa volatização, veio a incessante busca pela identidade, além da apatia dos sentimentos humanos.   A autoafirmação é o processo pelo qual o adolescente tem que conviver com inseguranças, incertezas e, principalmente, vulnerabilidade. O livro "Os Sofrimentos do Jovem Werther" quando lançado na Europa, inspirou uma leva de jovens leitores, que passaram a se vestir e agir como o protagonista. No entanto, se um livro do século 18 foi responsável por depressões e suicídios, num mundo onde séries, filmes, jogos e ídolos são acessíveis ao jovem, toda essa cultura pop tende a influencia-los cada vez mais, no momento mais sensível de suas vidas.   Além disso, o modo como a sociedade lida com a depressão juvenil é preconceituosa, na maioria das vezes. É muito comum ditarem a doença como "frescura" ou "falta de trabalho" sem ficar claro que ela é um problema mental e que precisa de terapia adequada. Ademais, para especialistas, é essencial que a pessoa em tratamento receba apoio de quem ela confia, porém, por ser um adolescente, não é levado a sério, e, portanto, sofre discriminação até da própria família e amigos.  Dessa forma, é inegável que a modernidade tem intensificado a depressão, seja pela busca agonizante do eu, seja pelas emoções apáticas diante do outro. Para que o problema possa ser solucionado, é necessário que as escolas ministrem palestras de pais e filhos, para que vejam a depressão de outro modo, assim como ficar atentos a comportamentos suspeitos e procurarem ajuda médica. O Estado também, deve investir em tratamentos mais adequados à depressão, de forma que orientem as pessoas ao redor do paciente, com profissionais adequados.