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Enviada em: 12/10/2017

Segundo o psiquiatra Augusto Cury, a depressão é o último estágio da dor humana. Isso se justifica por se tratar de uma doença séria, caracterizada por quadros de tristeza profunda e que pode levar a outras patologias e até ao suicídio. No Brasil, sua ocorrência aumentou, principalmente entre os jovens, assumindo caráter epidêmico. Logo, é preciso analisar os motivos que levaram a isso.       A priori, o excesso de pressão e a carência de apoio são fatores importantes. O primeiro se verifica em como, desde muito cedo, escolas e famílias tratam da preocupação com os estudos e com o futuro de forma extrema. O segundo encontra respaldo no conceito de modernidade líquida do sociólogo Bauman, de acordo com a qual as relações sociais tornaram-se frágeis. Nesse sentido, quando os jovens se deparam com as ansiedades e frustrações decorrentes das cobranças, esses laços superficiais não oferecem a abertura ou empatia para discutir o assunto.       Outro combustível para essa patologia são as redes sociais. Nesse meio, é inevitável a comparação com vidas e corpos aparentemente perfeitos, o que leva o indivíduo a se desvalorizar, a não se aceitar como é. Assim, por ser um espaço no qual a juventude se faz muito presente, seus malefícios a atinge em grande proporção. Isso é comprovado por uma pesquisa de uma universidade britânica, segundo a qual o instagram é considerado a pior rede social para a saúde mental dos jovens, levando em conta quesitos como ansiedade, depressão e imagem corporal.       Em suma, é indubitável que o aumento da depressão entre os jovens é um alerta para a abordagem do problema. Para tanto, é importante que escolas e universidades promovam palestras para estudantes e responsáveis a fim de esclarecer a doença, seus sinais e de orientar sobre como lidar com ela. É importante também que o governo invista no serviço psicológico na saúde pública para aumentar seu acesso. Ademais, devem ser encorajadas atitudes como a de algumas personalidades que postam fotos mais naturais nas redes sociais, propagando a autoaceitação.