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Enviada em: 03/10/2017

A consolidação da psiquiatria enquanto ciência médica se deu no século XVIII. Desde então, doenças mentais, que já eram relatadas desde a idade antiga  por filósofos como Hipócrates, Platão e Cícero, puderam ser estudadas por métodos científicos. Dentre elas, pode-se citar a depressão, a qual tem crescido entre os jovens brasileiros e ocasionado diversos casos de suicídio. Nesse contexto, vale analisar os principais fatores que têm contribuído para o alastramento da doença nessa faixa etária.       Definido por Aristóteles como ser social, o homem busca durante toda a sua vida ser aceito por seu grupo de convivência. Porém, nem sempre os seus pares estão dispostos a o aceitar com suas diferenças. Isso porque, hodiernamente, a sociedade promoveu um processo de homogeneização de condutas e características físicas. Neste sistema social, o sucesso estudantil e profissional, o corpo perfeito e a orientação sexual padronizada são requisitos fundamentais para a receptividade do jovem no seu meio de de convívio. Logo, aqueles que não se encaixam nos moldes impostos passam a sofrer bullying por parte dos seus semelhantes, principalmente no ambiente escolar e universitário, onde passam a maior parte do tempo. Este trauma emocional causado por insultos e discriminação é um dos grandes vetores da depressão na juventude.       Aliado a isso, acontecimentos de desintegração de vínculos e discussões familiares frequentes intensificam a probabilidade de um jovem adquirir a doença. Nesse sentido, o papel da família é essencial para a formação de uma base emocional sólida que seja capaz de preparar os indivíduos para enfrentarem os desafios da vida. Tal tese é ratificada pelo psicanalista francês Jacques Lacan. Para ele, os pais são os principais responsáveis pela formação da consciência do jovem e desempenha um importante papel na adaptação da vida deste em sociedade. Contudo, lares marcados pela violência doméstica e a falta de diálogo são, muitas vezes, os desencadeadores do transtorno depressivo.       Torna-se evidente, portanto, que a depressão é um problema de saúde que precisa ser combatido. É de suma importância que o Ministério da Educação junto com as prefeituras municipais contratem psicólogos para atuarem dentro das escolas e universidades, realizando palestras, debates e acompanhando os alunos em situação de vulnerabilidade psíquica-emocional. Além disso, que ONG's em parceria com postos de saúde das comunidades desenvolvam visitas a residências a fim de conscientizar os pais sobre a importância do diálogo e da boa convivência familiar para a formação de seus filhos. Ademais, que a grande mídia fomente em suas programações novelas, filmes e séries que abordem a temática da aceitação ao diferente. Dessa forma, muitos jovens poderão vencer a depressão e não cometerão o ato desesperador do suicídio.