Enviada em: 04/10/2017

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta  de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivida no século XX. O aumento da depressão entre jovens brasileiros é reflexo de uma sociedade cada vez mais individual, que deixa de lado relações concretas, buscando sempre soluções instantâneas  para seus anseios e idealizando algo atual para adquirir ou exercer.       No Mapa de Violência de 2017, o número de suicídios entre jovens de 15 a 29 anos aumentou 10% desde 2002, revelando assim, a gravidade que a depressão é na conjuntura atual do Brasil. Jovens são estimulados desde sua infância a conseguir realizar seus objetivos com mais rapidez, tais como: ingressar em boas universidades, escolhas profissionais, constituir família e ter estabilidade financeira. Porém, muitas desses objetivos os levam ao esgotamento emocional; a frustração de não conseguir tais desejos acarretam isolamento social, baixa autoestima, silêncio anormal e comportamentos agressivos.        Além disso, o preconceito ainda é constante, muitos acreditam que a doença é vitimismo, as pessoas são tratadas como preguiçosas, dramáticas e fracas. É nítido a parcela de culpa da sociedade, esta sendo negligenciadora e corroboradora na difusão de ideias que dificultam a inserção de jovens ao tratamento, pois, muitos por vergonha escodem a intensa tristeza da família e amigos.        O combate á liquidez citada inicialmente, a fim de conter o avanço da depressão nos jovens, deve tornar-se efetivo uma vez que a pressa para realizar seus objetivos devido a pressão social os levam ao desgaste de sua saúde mental. Sendo assim, o Governo deve disponibilizar psicólogos e com ajuda da mídia (redes-sociais, jornais, televisão) difundir os meios de tratamento, os sintomas para alertar a família e desconstruir preconceitos. Ademais, a inserção de psicólogos nas escolas, trabalhando com crianças e adolescentes, tirando o peso da pressão de sucesso enraizada na cultura brasileira.