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Enviada em: 11/10/2017

Alteração no peso, dificuldade de concentração, insônia, tristeza profunda. Estes são apenas alguns sintomas de uma das principais doenças da contemporaneidade: a depressão. Infelizmente, pode-se dizer que o Brasil enfrenta uma epidemia desta enfermidade, uma vez que segundo a Organização Mundial da Saúde, 5,8% da população brasileira sofre deste problema, amargando o primeiro lugar entre os países da América Latina. Essa constatação exige uma reflexão sobre os principais aspectos que tornam esta doença uma triste realidade na vida de milhões de brasileiros.        Em primeira instância, deve-se observar como uma ideia retrógrada difundida pela sociedade agrava significativamente o problema da depressão no país. Sob a ótica dos fatos sociais propostos por Durkheim, em que os interesses coletivos sobrepõem-se sobre os individuais, pode-se analisar que surge, para o senso comum, a ideia de que a depressão não é algo sério, mas drama de adolescente. Através desse fato, aliado ao pensamento de Zygmunt Bauman, que explica em sua “modernidade líquida” a perda da sensibilidade pela dor do outro na sociedade pós-moderna, pode-se compreender um ato que, infelizmente, perpetua-se na sociedade brasileira: a negligência aos casos de depressão. Essa atitude contribui diretamente para o aumento nos casos desta enfermidade no país, gerando um gravíssimo problema de saúde pública.       Outro ponto a ser observado é como o padrão de vida tido como ideal pela sociedade influencia os casos de depressão na juventude brasileira. Sucesso em provas, conseguir um bom emprego, possuir uma ótima condição financeira. Estas são apenas algumas cobranças impostas sobre os jovens na sociedade contemporânea. Sob essa perspectiva, pode-se compreender que, devido a incerteza de não conseguir tais conquistas, o adolescente brasileiro vive uma constante situação de medo do fracasso que, infelizmente, muitas vezes, evolui para um quadro de depressão.       Diante do exposto, fica claro que a depressão é um problema grave no país, necessitando uma intervenção. Por isso, cabe ao Ministério da Saúde, através de parcerias com a mídia, a criação de campanhas publicitárias, como comerciais televisivos, que visem remodelar o pensamento popular sobre a depressão, para que essa doença deixe de ser um tabu na sociedade e, consequentemente, dar um tratamento mais digno para os portadores desta enfermidade. Além disso, compete às escolas, a criação de palestras educativas com profissionais da área da saúde mental, a fim de alertar seus alunos de que essa cobrança em excesso imposta pela sociedade é extremamente prejudicial para a saúde dos mesmos, objetivando a redução destas e, assim, diminuir os casos de depressão na juventude brasileira, ajudando o país a sair da liderança deste triste ranking.