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Enviada em: 15/10/2017

Depressão: o mal do mundo globalizado   Durante a adolescência, o corpo humano passa por uma série de transformações, tanto físicas quanto mentais. A transição da infância para a idade adulta deixa o indivíduo vulnerável a transtornos de humor, um deles a depressão. Essa doença carrega um tabu e um estigma muito negativo em nossa sociedade, gerando preconceito e isolando o portador dessa condição, principalmente os jovens. O debate sobre o assunto é imprescindível para tirar o Brasil como o país com mais quadros de depressão da América Latina, discutindo os aspectos sociais e o isolamento do indivíduo que são causas dessa condição.   A depressão pode ser causada pela pressão exercida pela sociedade, como a moda, ideal de corpo, beleza e de comportamento. Essa coerção exercida sobre o indivíduo foi definida por Durkheim como fato social, afetando até mesmo o suicídio, um ato considerado extremamente particular. Essa pressão faz com que muitos jovens tenham depressão, chegando à auto mutilação e ao suicídio, grande parte deles universitários. Esse cenário foi tema de seriados recentes, como “13 Reasons Why”, que discutiu o suicídio de uma adolescente. Devido à repercussão da série, cresceu em 300% os pedidos de ajuda por jovens com depressão, de acordo com a emissora de televisão BBC, no Reino Unido.   Aliado a isso, com o mundo globalizado, o uso da tecnologia vem substituindo as relações humanas, criando assim, de acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, relações líquidas, superficiais. As pessoas se tornam cada vez mais isoladas, solitárias, criando espaço para o aparecimento da depressão. Segundo pesquisas realizadas por Durkheim em seu livro O Suicídio, distúrbios mentais são mais comuns em pessoas sem um relacionamento próximo com outros, como cônjuge e filhos. O ser humano foi construído para viver em sociedade, e o isolamento é um fator determinante em casos de depressão.   É essencial, portanto, que a depressão deixe de ser considerada um tabu social e que o debate sobre o assunto possibilite uma melhor compreensão sobre essa doença. Para amenizar as consequências da pressão social sobre a juventude, o MEC deve empregar psicólogos nas escolas e universidades para acompanhar os alunos, possibilitando um diagnóstico efetivo dessa doença. A mídia aliada com o SUS deve também divulgar informações sobre a depressão, diminuindo o estigma social sobre ela, alertando a população sobre sintomas e mudanças de comportamento em adolescentes e sobre como o isolamento social afeta a psique das pessoas. Com essas ações, o mal do século XXI que é a depressão irá perder sua força entre a juventude brasileira.