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Enviada em: 12/10/2017

A depressão na adolescência já figura como uma epidemia crescente no Brasil e, apesar dos aspectos biológicos que contribuem para essa patologia, as causas sociais que podem levar o jovem a tal estado psíquico devem ser discutidas a fim de inibir sua incidência. Dentre estas, destacam-se a pressão social que envolve esse período e a instabilidade vivenciada por muitas famílias, numa atualidade marcada fortemente pela inconsistência das relações.   O Brasil é o país mais depressivo da América latina, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e os jovens são os mais vulneráveis à essa doença. A adolescência é uma fase muito complexa do desenvolvimento humano, em que o jovem começa a construir sua identidade enquanto cidadão atuante e independente na sociedade. Esse é um processo de muita pressão para ele, geralmente marcado por incertezas sobre o futuro, descontentamento com a imagem corporal e o medo de não conseguir estabelecer relações interpessoais. Todos esses fatores criam um quadro de baixa estabilidade psicológica, em que o jovem pode acabar se isolando por conta do medo e da frustração, podendo desenvolver esse transtorno de humor.  Outro fator que tem contribuído para o crescimento desse problema tange às relações familiares. Isso porque, conforme o psiquiatra José Alberto Del Porto, as principais causas que levam um adolescente à depressão são a falta de diálogo com os pais, casos de divórcio, dificuldades econômicas e a utilização de bebidas alcóolicas pelos pais. Além disso, o distanciamento da rotina dos filhos faz com que, muitas das vezes, o adolescente apresente sintomas da doença, mas estes passem despercebidos até que o quadro se agrave em situações de automutilação e até mesmo suicídio.