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Enviada em: 14/10/2017

Segundo a Organização Mundial da Saúde, entre 2005 e 2015 cresceu 18,7% o índice de depressão no mundo contemporâneo, chegando a casa de 322 milhões de pessoas afetadas por esse transtorno. Ao se observar o cenário tupiniquim, percebe-se que não se encontra distante do atual quadro mundial, visto que o Brasil é o país com maior prevalência de depressão na América Latina, de acordo com a OMS. Desse modo, é válido analisar a falta de investimentos e de estrutura para atender a doenças mentais e aspectos sociais que podem desencadear a depressão.       Em primeiro lugar, vale ressaltar que a precária infraestrutura e o baixo investimento do Governo em relação a saúde mental são entraves para diminuir os casos de depressão na saúde pública do Brasil. Isso ocorre, visto que apenas 2,38% dos recursos destinados a saúde foram encaminhados para o setor de doenças mentais e conforme a OMS o ideal é de aproximadamente 5%. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, dos tributos oferecidos ao setor de saúde mental, foram identificados 185 milhões em verbas que foram repassadas, porém não tiveram seus serviços realizados. Soma-se a isso a péssima infraestrutura que é expressa na falta de mão de obra qualificada para atender os pacientes ,gerando diagnósticos errados e por consequência um tratamento inadequado. Em decorrência disso, observa-se um descaso do Governo no diagnóstico e prevençao de doenças mentais, que futuramente pode desencadear no cidadão sintomas mais graves como depressão profunda, levando a impactos sociais e econômicos para o país.        Em segundo lugar, é fundamental pontuar que existem fatores sociais que podem levar a denominada depressão. Nesse sentido, o mundo contemporâneo está cada vez mais complexo e o que todos desejam é a felicidade. Contudo, os meios de comunicação, as revistas e os filmes "vendem" experiências como únicas alternativas para o caminho da felicidade como o sucesso profissional, um corpo perfeito, status e a casa dos sonhos. Por exemplo, a cobrança de padrões de beleza impossíveis de se conquistar leva a diversos adolescente a um quadro de baixa autoestima, em alguns casos à depressão profunda. Em consequência disso, a busca da felicidade que seria algo que só dependeria do cidadão, é transformada em mais uma forma de limitar o indivíduo a atitudes vantajosas ao sistema midiático. Dessa forma, o jovem que não se vê inserido nesse sistema, imagina que a existência não faz sentido, caso não seja atingido esse padrão, frequentemente, sofrendo crises de ansiedade e depressão. Assim, analogamente a Segunda Geração Romântica em ''o mal do século'', a sociedade vive uma falta de sentimento vital, tristeza e depressão podendo levar ao suicídio.