Enviada em: 19/10/2017

Sócrates revolucionou a filosofia quando redirecionou a atenção dos conhecimentos físicos para a necessidade de se conhecer a natureza humana, seus valores, verdades e fundamentos. Para uma sociedade brasileira extremamente miscigenada, com classes sociais e padrões de família ainda em construção, o crescente número de jovens com caso de depressão assusta e mobiliza a área da educação e saúde. Diante de tal perspectiva, vale analisar o bullying e o culto ao padrão de beleza como fatores principais que coloca o Brasil na posição de terceiro lugar no ranking mundial e em primeiro na América Latina.       O bulliyng é um dos agentes causadores da depressão, ele pode ocorrer em qualquer contexto social, embora a escola seja o local em que mais se evidencia esse tipo de comportamento. A agressão pode ser verbal e até física, tem seu início com um tom de brincadeira e sarcasmo, e tem como objetivo final a depreciação, como retratada o romance americano de sucesso mundial "Thirteen reasons why" que narra a trajetória de uma adolescente que mudou de escola e não consegue se inserir naquele meio. Assim como a personagem do livro, o jovem tende ao isolamento na instituição e distanciamento familiar, no qual, se não for diagnosticada e tratada a tempo tem como consequência mais grave o suicídio.       Outro fator preponderante é o culto a imagem física e sua popularidade nas redes sociais. A trajetória do desenvolvimento biológico dos jovens é recheada de uma explosão de hormônios. Na direção do autoconhecimento e aceitação diante das mudanças físicas e comportamentais, esse indivíduo ainda precisa lidar com o referencial de beleza que a mídia impõe. A veiculação de comerciais e revistas de jovens bonitos e alegres, com expectativa de uma vida profissional de sucesso, recheada de testes de personalidade e relacionamento amoroso ideal, como exemplo as revistas “Todateen” e “Capricho” é contrastante para a maioria dos adolescentes.       O filósofo chinês Confúcio, descreve que não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros. Nem todo jovem que sofre bulliyng ou que é cobrado pelo estereótipo de beleza desenvolve a depressão, depende do seu estado emocional e a ajuda durante o período em que foi vítima. Uma maneira de incentivar a informação é a participação da Secretaria de Educação, através da fiscalização do psicólogo escolar, com diálogo claro e objetivo, bem como a inserção da família sobre os crimes de ódio, os sintomas e as consequências traumáticas na vida do agredido. Ademais, impulsionada pelos modelos de comportamento e beleza imposta pela publicidade, a instituição midiática deve veicular campanhas de diversidade e respeito ao corpo sem caráter discriminatório.