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Enviada em: 16/10/2017

Com Freud e o surgimento da psicanálise, na entrada do século XX, houve a constatação do sofrimento psíquico. Desde então, a classificação das doenças mentais passam por constantes atualizações, sendo a depressão uma delas. Com o aumento significativo do transtorno depressivo entre os jovens, é relevante discutir o impacto da internet na adolescência, como fator da elevação de tal dado, aliado a uma fraca organização de saúde mental no Brasil.       É necessário pontuar, primeiramente, que a vida demonstrada nas redes sociais é objeto de desejo da maioria das pessoas quando comparada com a própria realidade. Isso se dá pela exposição da ilusória felicidade das pessoas, que com de fotos e textos, bombardeiam suas páginas demonstrando relacionamentos, corpos, viagens e até mesmo catástrofes perfeitos. Essa utópica impecabilidade traz à tona conflitos internos que propiciam o aparecimento da depressão, evidenciando, dessa maneira, que a educação emocional não evoluiu proporcionalmente à tecnológica.       Ainda, a precariedade da política de saúde psíquica pública brasileira corrobora com o elevado número de depressivos no país. Esse panorama se constrói pela falta de apoio que a sociedade possui do Estado, o qual mesmo produzindo campanhas como a "Setembro Amarelo", conscientização a prevenção do suicídio, não age continuamente no acolhimento de pessoas com tais questões. A marginalização do doente, dessa forma, é produto da escassez de medidas profiláticas para as doenças mentais, o que potencializa o número de seus portadores.       É inegável, portanto, a necessidade da solidificação de uma política de saúde mental mais ativa. Para tanto, é papel das Escolas incluir em suas diretrizes curriculares as discussões acerca da imagem fictícia que é passada nas redes sociais e sua consequência, abrindo, assim, um diálogo sobre a depressão. Além disso, o Ministério de Saúde deve atuar na implementação de postos de atendimento psicológico gratuito por meio da associação com as universidades públicas de psicologia e residência em psiquiatria, para que dessa maneira a sociedade tenha acesso à psicoterapia e possa amenizar a epidemia depressiva. Em consonância com a teoria freudiana, será por meio da fala e escuta que o país mudará essa realidade.