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Enviada em: 16/10/2017

O aumento da depressão entre os jovens no Brasil simboliza um desafio a ser afrontado de modo mais organizado pela sociedade e governo. Isso se mostra não só pelo aumento dos casos de suicídio no país, como também pela fluidez das relações no século XXI, causada pela mazela do fenômeno das redes sociais. Assim sendo, cabe a Sociedade discutir os principais fatores dessa problemática para a coletividade e ao Governo fornecer ferramentas de diagnósticos e tratamentos.  De acordo com o Mapa da Depressão de 2011, o número de depressão entre jovens com mais de 18 anos está em 18,4%, colocando o Brasil entre os 3 países mais deprimidos do mundo. Entre as principais causas para que isso ocorra está o sofrimento na vida de um jovem que passa por situações relativas à convivência em grupo, identificação pessoal, escolha profissional, problemas familiares, dentre outras. Nessa acepção, por não aguentarem a pressão social que lhes é exercida, o jovem acaba vendo como única saída para solução dos seus problemas dar fim à sua vida.  Nesse seguimento, a concepção de “modernidade líquida”, pensado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, pode tentar desvendar as ocorrências de depressão na juventude brasileira. Para o pensador, se vive um tempo de substituição de valores coletivos por valores individuais, e as relações se dão por meio de relações fluidas que podem ser desfeitas com muita facilidade. Assim como um líquido, as ligações interpessoais não têm forma concreta o que pode estar contribuindo para a solidão do jovem.  Além disso, o fenômeno das redes sociais resulta em uma impressão de expectativa exagerada de vida que deve ser realizada por todos e na maioria das vezes não corresponde à realidade. Nessas redes, a vida assemelha-se a maestria; as pessoas são felizes, as viagens são sublimes e o consumismo é priorizado. Portanto, o jovem que, por sua vez, não se vê enquadrado nesse cenário supõe que a existência não faz sentido, caso este padrão não seja atingido e, destarte, ao se encontrar em situação de vazio existencial e exclusão da sociedade entra em depressão.  Posto isto, medidas devem ser feitas com o fim de abrandar esta problemática. O Ministério da Saúde deve fornecer tratamentos psicológicos, como a psicoterapia, e também, esclarecido como uma enfermidade, o uso de medicamentos antidepressivos; como fluoxetina, paroxetina e citalopram, inserindo um maior número de profissionais dessas áreas, Psicólogos e Psiquiatras, receptivamente, no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio da redistribuição das verbas da saúde, a fim de amenizar a depressão. Paralelamente à isso, as ONGs, Instituições Religiosas e até a comunidade, podem oferecer auxílio psicológico e espiritual a esses jovens, por meio de eventos de ampla divulgação midiática, com o fito de dar base existencial e mostrar novas possibilidades a eles.